O governo brasileiro está considerando o lançamento de um programa destinado à renegociação de dívidas corporativas, modelado a partir do bem-sucedido "Desenrola Brasil". A declaração foi feita pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, nesta terça-feira (28), durante o Fórum de Comércio e Serviços. Alckmin destacou a necessidade de uma abordagem semelhante à implementada para indivíduos, afirmando que as empresas enfrentam desafios decorrentes das elevadas taxas de juros e das repercussões da pandemia de Covid-19.
Origens e alcance do programa Desenrola Brasil
Geraldo Alckmin, presidente em exercício até 6 de dezembro, aproveitou a ocasião para ressaltar o êxito do "Desenrola Brasil". Segundo Alckmin, o programa já beneficiou quase 2 milhões de pessoas, proporcionando a recuperação do crédito e o retorno ao mercado para muitos cidadãos que estavam inadimplentes.
O programa foi concebido para a renegociação de dívidas de pessoas físicas, com o objetivo de revitalizar o potencial de consumo da população. O Ministério da Fazenda estima que o programa beneficiará cerca de 70 milhões de pessoas, especialmente aquelas com renda bruta de até dois salários mínimos ou inscritas no Cadastro Único (CadÚnico).
Logomarca do Desenrola Brasil, programa do governo federal (Foto: reprodução/Gov.br)
Participação em fórum setorial
Durante a participação no Fórum de Comércio e Serviços, Alckmin confirmou a intenção do governo de criar o "Desenrola Empresas". O Fórum, composto por secretarias do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e 26 entidades representativas do setor, foi estabelecido recentemente para contribuir na formulação de políticas públicas para o setor e visa fortalecer o diálogo e a cooperação entre o governo e as entidades para desenvolver políticas sustentáveis e tecnológicas para o comércio e serviços.
Na reunião desta terça-feira (28), foram discutidas questões como desoneração da folha de pagamento, imposto de importação para compras de até US$ 50 e exportação de serviços. O presidente em exercício, também ministro do MDIC, destacou que a discussão sobre o imposto de importação representa a terceira etapa do governo, após a regularização das empresas e a tributação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos estados.
Foto destaque: vice-presidente Geraldo Alckmin (Reprodução: Luciano Claudino/Folhapress)