Nesta segunda-feira (26), Google e o X (antigo Twitter) contestaram sobre a ação que pede a impugnação da candidatura de Pablo Marçal (PRTB), promovida pelo PSB, da candidata Tabata Amaral.
No último sábado (24), a Justiça determinou, através de uma liminar, a suspensão total das redes de Marçal.
Os dois sites apresentaram recursos ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) contra essa ação.
Conta de Pablo Marçal no Instagram também é removida (Foto: reprodução/Instagram)
Contestações feitas pelo Google
De acordo com o Google, essa suspensão dos canais de Marçal é contrária e incompatível com o art. 38 da Resolução/TSE nº 23.610/2019, que trata da atuação da Justiça Eleitoral sobre os conteúdos vinculados à internet, os quais devem ter o mínimo de interferência possível no debate democrático, limitando-se apenas a conteúdos analisados como violadores.
Além disso, a empresa também afirma que o suposto ilícito indicado na ação não foi praticado propriamente por Marçal, mas sim cortes e conteúdos veiculados por outros usuários, que, segundo a petição, são “passíveis de controle na forma do art. 19 do Marco Civil da Internet e da Resolução/TSE nº 23.610/2019”.
Contestações do Twitter
O X, antigo Twitter, seguiu a mesma linha do recurso do Google, alegando não haver práticas ilícitas eleitorais no conteúdo do candidato.
De acordo com a plataforma, a Justiça está agindo de forma omissa ao não verificar previamente os conteúdos veiculados pela conta de Marçal, o que torna a ordem de suspensão da conta desproporcional.
Os advogados da empresa ainda afirmam que “a ordem de suspensão integral da conta @pablomarcal contrariaria dispositivos constitucionais e a legislação infraconstitucional relativa à matéria, assim como as normas eleitorais, revelando-se desproporcional sob o ponto de vista dos direitos fundamentais envolvidos”.
A plataforma reitera que, mesmo que existam conteúdos ilícitos na conta de Marçal, a ordem deveria determinar a remoção das postagens específicas, consideradas irregulares, e não a suspensão integral da conta.
O Twitter ainda aponta que houve infração à liberdade de expressão, argumentando que "a suspensão integral do perfil no X impede a veiculação futura de todo e qualquer conteúdo, mesmo aqueles que não caracterizem que sejam expressamente autorizados pela legislação eleitoral, o que não se pode admitir”.
Ambas as empresas alegam em seus recursos que a decisão da Justiça Eleitoral fere um direito fundamental da democracia, a liberdade de expressão.
Foto Destaque: Pablo Marçal (Reprodução/G1 - Globo/Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo)