Um perfil no Instagram viralizou após usuários da rede social relatarem terem pago valores exorbitantes por bandejas de frutas no Mercado Municipal de São Paulo. O vídeo ganhou repercussão e já é chamado por “golpe da fruta”. Clientes relatam que acabam pagando pelos valores abusivos por constrangimento e até medo.
O site g1, do Grupo Globo, ouviu especialistas que explicam que o ambiente criado pelos vendedores dificulta que a pessoa se esquive da oferta e opte por outras barracas de frutas. A oferta para o cliente provar a fruta é uma prática comum e eficaz, para os turistas é ainda mais amedrontador, dado que estão em um ambiente desconhecido.
"Tudo começa quando o vendedor já oferece a fruta para que o cliente prove, de graça. Essa questão de oferecer a fruta é uma técnica - óbvio que pode ser que eles não saibam, mas isso tem um efeito psicológico muito forte. É uma técnica de persuasão. Isso pode cativar e envolver a pessoa em uma decisão futura. O nome disso na psicologia social é ‘pé na porta’ porque é exatamente começar introduzindo um comportamento no cliente", afirma Sibele Dias de Aquino, especialista em psicologia do consumidor da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP).
O professor de psicologia na Universidade Presbiteriana Mackenzie, Marcelo Santos, “o ambiente criado pelos vendedores no Mercadão, como prática de venda, cria uma situação de exposição que diminui as chances de defesa da vítima”.
As barracas de frutas entraram na mira das autoridades após os consumidores denunciarem o tal golpe. Só no mês passado, 11 boxes foram autuados e de acordo com as autoridades responsáveis a polêmica está longe chegar ao fim.
Turistas denunciaram no mês passado o "golpe da fruta" no Mercado Municipal de São Paulo (Foto Reprodução Cris Faga/Estadão Conteúdo)
De acordo com a reportagem do site UOL, os valores chegam a ser até seis vezes mais altos do que o ofertado na Ceagesp, centro que distribui frutas e hortaliças ao mercadão.
Para os frequentadores e consumidores a diferença “gritante”, indica que mesmo após a fiscalização no local, os donos dos boxes no mercado municipal estão lucrando muito com essas ofertas. A prática não é ilegal, pois os vendedores têm total liberdade para definir os preços doa alimentos ali vendidos.
Foto Destaque: Fisacais do Procon no Mercado Municipal de São Paulo. (Foto Reprodução: site hypeness).