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Estudos mostram substâncias que tem dentro dos cigarros eletrônicos vendidos ilegalmente no Brasil

Estudos realizados internacionalmente identificaram que quando o líquido dos vapes se torna vapor, pode ser liberado mais de 120 substâncias diferentes, como algumas cancerígenas e cardiovasculares

05 Ago 2024 - 10h04 | Atualizado em 05 Ago 2024 - 10h04
Estudos mostram substâncias que tem dentro dos cigarros eletrônicos vendidos ilegalmente no Brasil  Lorena Bueri

Estudos internacionais conseguem identificar o líquido dos vapes quando se torna vapor e pode libertar mais de 120 substâncias diferentes e algumas cancerígenas. No Brasil, o único grupo focado em análises desses líquidos contidos nos cigarros eletrônicos são os laboratórios da PUC do Rio de Janeiro, que já realizam 5 anos de pesquisa. Os estudos realizados revelam quais são os tipos de elementos contidos nos cigarros eletrônicos e quanto podem ser prejudiciais à saúde. 

Para testar os líquidos dentro do cigarro, os pesquisadores inserem uma substância para reagir com células de fungos e de mamíferos. "A gente coloca quantidades diferentes desse líquido e expõe essas células de forma aguda. No caso das células de mamífero, a gente tem a morte dessas células expostas ao estresse oxidativo", ressalta Carlos Leony.


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Cigarro eletrônico (Foto: reprodução/Getty images Embed/Joel Saget) 


Outros fatores de risco 

O estudo aponta que com o aquecimento, as substâncias presentes dentro dos cigarros eletrônicos sofre transformações. A parte eletrônica dos Vapes libera metais como o cromo, ferro, chumbo, zinco, alumínio e silício. "E muitas vezes a pessoa vai absorver outros compostos diferentes do que se esperaria se fosse só propilenoglicol, glicerina, nicotina e o aromatizante", afirma Adriana Gioda. Os principais riscos que o cigarro eletrônico pode causar até agora são os surgimentos de câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, como infarto, morte súbita e hipertensão arterial. 

Sobre os cigarros eletrônicos 

O noticiário fantástico levou os resultados da pesquisa para a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia, a médica Margareth Dalcolmo, que comentou sobre o estudo ser pioneiro e relevante que precisa ser mais ampliado, já os outros estudos que foram semelhantes deverão ser feitos com amostras diferenciadas, por não saber a origem e a fonte. 

Muitos fumantes que já usam cigarros tradicionais passaram a usar o eletrônico para tentar parar de fumar. A médica alerta que essa ideia não se justifica e comenta que "Não existe redução de danos, porque quem passa do cigarro para o vape não para de fumar vape. Então, não existe essa intermediação", enfatiza Dalcomo. Até agora tudo que se sabe é que a nicotina, glicerina e o propilenoglicol estão sendo usados para dissolver a nicotina e alguns aromatizantes dentro dos cigarros eletrônicos. 

Foto destaque: Liberação de fumaça do cigarro eletrônico (Reprodução/Getty images Embed/Anadolu) 

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