Estudos internacionais conseguem identificar o líquido dos vapes quando se torna vapor e pode libertar mais de 120 substâncias diferentes e algumas cancerígenas. No Brasil, o único grupo focado em análises desses líquidos contidos nos cigarros eletrônicos são os laboratórios da PUC do Rio de Janeiro, que já realizam 5 anos de pesquisa. Os estudos realizados revelam quais são os tipos de elementos contidos nos cigarros eletrônicos e quanto podem ser prejudiciais à saúde.
Para testar os líquidos dentro do cigarro, os pesquisadores inserem uma substância para reagir com células de fungos e de mamíferos. "A gente coloca quantidades diferentes desse líquido e expõe essas células de forma aguda. No caso das células de mamífero, a gente tem a morte dessas células expostas ao estresse oxidativo", ressalta Carlos Leony.
Cigarro eletrônico (Foto: reprodução/Getty images Embed/Joel Saget)
Outros fatores de risco
O estudo aponta que com o aquecimento, as substâncias presentes dentro dos cigarros eletrônicos sofre transformações. A parte eletrônica dos Vapes libera metais como o cromo, ferro, chumbo, zinco, alumínio e silício. "E muitas vezes a pessoa vai absorver outros compostos diferentes do que se esperaria se fosse só propilenoglicol, glicerina, nicotina e o aromatizante", afirma Adriana Gioda. Os principais riscos que o cigarro eletrônico pode causar até agora são os surgimentos de câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, como infarto, morte súbita e hipertensão arterial.
Sobre os cigarros eletrônicos
O noticiário fantástico levou os resultados da pesquisa para a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia, a médica Margareth Dalcolmo, que comentou sobre o estudo ser pioneiro e relevante que precisa ser mais ampliado, já os outros estudos que foram semelhantes deverão ser feitos com amostras diferenciadas, por não saber a origem e a fonte.
Muitos fumantes que já usam cigarros tradicionais passaram a usar o eletrônico para tentar parar de fumar. A médica alerta que essa ideia não se justifica e comenta que "Não existe redução de danos, porque quem passa do cigarro para o vape não para de fumar vape. Então, não existe essa intermediação", enfatiza Dalcomo. Até agora tudo que se sabe é que a nicotina, glicerina e o propilenoglicol estão sendo usados para dissolver a nicotina e alguns aromatizantes dentro dos cigarros eletrônicos.
Foto destaque: Liberação de fumaça do cigarro eletrônico (Reprodução/Getty images Embed/Anadolu)