Um dos maiores problemas enfrentados no Brasil é a falta de saneamento básico para toda a população, e para isso o governo precisará desembolsar cerca de R$500 milhões nos próximos 10 anos para a universalização dessa condição. Uma pesquisa constatou que quase metade do esgoto coletado no país, não é tratado.
A realidade da população periférica
A dona de casa, Irene da Silva, que mora em Belo Horizonte, contou como é a vida em uma periferia com esgoto a céu aberto. “É muito mau cheiro, e a gente não sente assim bem protegido quando vem a chuva”, disse ela. Ela mora em uma comunidade onde vivem 8 mil pessoas e lá, o esgoto das casas é jogado em um córrego que recebe muito lixo.
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, quase 93 milhões de brasileiros não tem acesso à coleta de esgoto. Um direito básico à saúde e moradia que vem sendo negligenciado pelo governo em 40% da população. Moradores que vivem em áreas de urbanização precária, são os mais vulneráveis a problemas de saúde relacionados a falta de saneamento básico.
Realidade de 93 milhões de brasileiros que não têm acesso à coleta de esgoto (Foto: reprodução/Portal Leouve)
Projetos para melhoria
“Para cada R$1 que você investe em saneamento, você economiza pelo menos R$ 4 nas internações, nas hospitalizações, nas doenças”, afirma o professor e médico sanitaristas da UFMG, Marcus Polignano. A Companhia de Saneamento de Minas Gerais informou que o projeto de melhoria do sistema de esgoto da Vila Biquinha está em fase de conclusão para o início do projeto que ainda não se sabe quando irá começar.
O cenário pode melhorar com uma lei aprovada em 2020 que visa estimular investimentos no setor. A meta é universalizar, em até dez anos, o abastecimento da água, da coleta e do tratamento de esgoto, e reduzir de 40% para 25% as perdas de água na distribuição.
O Ministério das Cidades informou que somando as pessoas que têm poços ou usam água de nascentes, o acesso ao abastecimento é de 97%. Ainda segundo o Ministério, o indicador de esgotamento sanitário sobe para 85% quando consideradas também uma parcela da população que têm fossa séptica em casa.
Foto destaque: esgoto a céu aberto em uma comunidade de Belo Horizonte (Reprodução/ Portal CMBH)