Incumbida do rastreamento da Covid-19 nos Estados Unidos, a Universidade Johns Hopkins anunciou que o número de mortes causadas pela doença no país ultrapassou os 900 mil nesta sexta-feira (04).
Em meados de dezembro, o balanço atingiu 800 mil mortos. Atualmente, a média de óbitos diários é de 2.400, em contraste com o declínio dos novos casos da variante Ômicron. Isto pode ser explicado pelo caráter vacinal do país, que está com somente 64% da população imunizada. Apesar da eficácia comprovada do imunizante, a baixa adesão às vacinas implica no maior risco de morte pela doença.
Nesta quarta-feira (02), a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Walensky, informou que o número de internações está alto. "Continua alto, testando nossas capacidades e nosso pessoal de saúde em determinadas regiões”, diz a diretora.
Na tentativa de alertar a população sobre a importância da vacina, as ações comunitárias fizeram a diferença no país. Segundo o site UOL, Dorothy Oliver, moradora de Panola, no Alabama, foi responsável por uma campanha que resultou na vacinação de 97% dos moradores da cidade contra o coronavírus.
“Em regiões como a de Dorothy, rurais e com população majoritariamente negra, a taxa de imunização não costumava passar de 36%, segundo as autoridades de saúde norte-americanas. Com a iniciativa da moradora, 100% da população com mais de 65 anos recebeu sua dose”, esclarece o site.
Dorothy colaborou ativamente no projeto de vacinação na cidade de Panola, no Alabama. (Foto: Reprodução/PanolaProject/UOL)
Panola conta com cerca de 400 moradores e uma estrutura de saúde precária, sendo que muitos destes não têm acesso a smartphones, internet e meios de transporte. Percebendo as dificuldades de comunicação e acesso ao sistema de saúde na cidade, Dorothy investiu no trabalho comunitário, fazendo uma abordagem de “porta em porta” e levando uma clínica temporária de vacinação para a cidade, com ajuda da comissária do condado de Sumter, Drucilla Russ-Jackson. "Precisamos nos defender sozinhos porque ninguém mais vai nos ajudar. Sempre foi assim para os negros pobres que vivem no país", disse em entrevista ao "The New York Times".
O presidente Joe Biden lamentou as 900 mil vidas perdidas pela Covid nos EUA, dizendo que "cada alma é insubstituível". "Eram mães e pais amados, avós, filhos, irmãos e irmãs, vizinhos e amigos. Cada alma é insubstituível", comunicou o líder executivo na noite de sexta-feira (04).
Dados divulgados pelas autoridades indicam que, em valores absolutos, os Estados Unidos são o país que registra o maior número de mortes, à frente do Brasil e da Índia.
Foto Destaque: Leitos de hospital. Reprodução/Pixabay