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Especialista analisa consequências do bloqueio do X no Brasil

Após a decisão de Moares de suspender a rede X no país, o especialista em tecnologia Arthur Igreja analisa futuros impactos para usuários que dependem da plataforma

30 Ago 2024 - 20h23 | Atualizado em 30 Ago 2024 - 20h23
Especialista analisa consequências do bloqueio do X no Brasil Lorena Bueri

Com a ordem dada pelo ministro Alexandre de Novaes, do Supremo Tribunal Federal, a Anatel de bloquear a plataforma X, também conhecida pelo seu antigo nome Twitter, em todo território nacional, Igreja avalia que milhares de usuários serão impactados.

“Para muitas pessoas é o seu principal negócio”, declarou Igreja, explicando que grande parte da população brasileira usa a plataforma como meio de comunicação e fonte de informação. O especialista também destacou o impacto dessa suspensão para os negócios de empresas e produtores de conteúdo.

O processo de suspensão não é imediato. A Anatel deverá notificar os provedores de internet que deverão executar o bloqueio do IP do X. “Então, pouco a pouco as pessoas vão perdendo o acesso aqui no Brasil”, completou Igreja. Já empresas com lojas on-line, como Apple e Google, terão o prazo de 5 dias para retirada do aplicativo X de suas plataformas.


Video com o especialista em tecnologia, Arthur Igreja (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)


Alternativa VPN pode sair cara

Mesmo com menor alcance, uma alternativa para produtores de conteúdo é o uso de Redes Privadas Virtuais, as VPNs, para acessar a plataforma X utilizando servidores de outros países.

O ministro Alexandre de Moraes tinha instituído uma multa diária no valor de R$ 50 mil para qualquer usuário que utilize “subterfúgios tecnológicos” como meio de acesso ao X e citou o sistema VPN. Porém, recém-noticiado pela CNN, o ministro recuou nesse ponto de decisão, por entender ser necessário dar tempo para melhor difundir as informações de proibição.  

Embate positivo

O embate entre o bilionário Elon Musk, dono do X, e o ministro Alexandre de Moraes gerou, segundo Igreja, uma situação inédita capaz de servir de case avaliativo se outras plataformas ocuparão o espaço X no Brasil e cita como exemplo o Threads do Instagram.

Uma dúvida colocada pelo especialista é se a ordem de suspensão também será cumprida pela empresa de internet satélite Starlink, que hoje atende regiões mais remotas do Brasil, e é de propriedade de Musk.

Igreja conclui que, nesse embate, entre o ministro e o empresário bilionário, ambos atingiram seus objetivos. Elon Musk se manteve firme em não acatar as ordens judiciais, defendendo seu ponto de vista que “não eram legais”. Já Moraes se manteve firme, defendendo a autoridade da justiça brasileira.

Foto destaque: imagem de entrevista com Arthur Igreja (Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

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