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Entenda o que foi a Revolução dos Cravos, o movimento que completa 50 anos

O levante militar que acabou deu fim a ditadura militar em Portugal e deu início à democracia portuguesa faz bodas de ouro e tem esse nome por ter sido de pacífica

25 Abr 2024 - 15h11 | Atualizado em 25 Abr 2024 - 15h11
Entenda o que foi a Revolução dos Cravos, o movimento que completa 50 anos  Lorena Bueri

A Revolução dos Cravos está completando 50 anos em 2024 e historicamente tem uma grande importância tanto para Portugal, onde ocorreu, quanto para o mundo. Em 25 de abril de 1974 os portugueses deram fim a ditadura salazarista, que perdurou por 41 anos e estabelecendo a democracia como nova forma de governo. Foi a ditadura militar de maior duração na Europa.

A Revolução dos Cravos tem esse nome por conta de a população ter saído as ruas e distribuído entre os militares que haviam se rebelado contra o regime ditatorial milhares de cravos vermelhos que colocaram as flores no cano de suas armas.

O que levou à Revolução

Um dos destaques desta revolução foi seu caráter pacífico e ampla adesão de militares e da população que estavam insatisfeitos com a ditadura salazarista que governava Portugal desde 1933. Antônio Salazar governou o país de forma ditatorial até 1968, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral, AVC, e foi substituído por Marcelo Caetano, um político sem a mesma força de seu antecessor.

O motivo maior para que a revolução eclodisse foi o afastamento de Salazar do poder e da guerra contra as colônias portuguesas na África, entre 1960 e 1974. Com a figura de Antônio Salazar fora da política, os opositores se sentiram animados para buscar a redemocratização e derrubar o regime.

Os militares que foram enviados para reprimir a independência de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, estavam cansados e enfrentavam péssimas condições de trabalho, pois Portugal enfrentava uma grave crise econômica, e aderiram em 1974 ao levante contra a ditadura salazarista. Após a revolução esses países conquistaram suas independências de forma pacífica.

Véspera do levante

Na noite de 24 de abril de 1974, véspera do levante, o Comando do Movimento das Forças Armadas portuguesa, MFA, se reuniu para confirmar que estavam aderindo ao movimento popular para derrubada do regime. Os chefes militares pediram às rádios do país para que tocasse a música “E depois do adeus” do cantor Paulo de Carvalho. Essa canção foi a senha para a população portuguesa que a revolução estava começando.


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Soldados receberam da população cravos vermelhos em sinal de apoio (Foto: reprodução/Getty Images Embed/ Gledston Tavares/Gabriel Duval/AFP)


Dia 25 de abril de 1974

Durante a madrugada do dia 25 de abril de 1974, antes dos militares marcharem para depor Marcelo Caetano, outra música foi tocada na rádio. A canção “Grândola, Vila Morena” de José Afonso diz em sua letra “O ´povo é quem mais ordena, terra de fraternidade, em cada rosto uma igualdade”. Essa música deu certeza à população que o regime salazarista estava terminando.

Os militares tomaram as ruas da capital Lisboa e exigindo a saída imediata de Marcello Caetano. Às 16:30 horário local o primeiro-ministro Marcelo Caetano renunciou ao cargo e foi conduzido até a Ilha da Madeira. A Revolução dos Cravos estava então consumada pacificamente. Em agradecimento, como dito acima, a população entregou cravos vermelhos aos militares.

Junta de Salvação

Este foi o nome escolhido para que no dia 26 de abril, dia seguinte ao levante, fosse instituído um governo de transição encerrando assim a ditadura militar. Esse grupo acabou com a Polícia internacional e de Defesa do Estado e com a censura.

Presos políticos foram libertados, opositores retornaram de seus exílios e as colônias portuguesas se tornaram independentes.

Durante esse processo transitório, entre 1974 e 1976 Portugal teve seis governos provisórios diferentes. A instabilidade política predominou durante o período por conta de divisões entre os militares que montaram a Junta da Salvação. Houve também tentativas de golpe por adeptos ao salazarismo.


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Mario Soares sendo aclamado como primeiro-ministro poruguês (Foto: reprodução/Getty Images Embed/ Henri Bureau/Sygma/Corbis/VCG )


Eleições diretas

O Partido Socialista venceu as eleições diretas em 25 de abril de 1975, um ano após a revolução, com Ramalho Eanes sendo eleito presidente da República   e Mário Soares como primeiro-ministro.

Uma nova Constituição começou a ser elaborada e no ano seguinte ela foi promulgada dando início a nova democracia em Portugal. Nela estava garantida a liberdade de fala, de imprensa e religiosa, direitos básicos a educação, saúde e habitação, direitos trabalhistas entre outros.

 

Foto Destaque: Portugal comemora 50 anos da Revolução dos Cravos (Reprodução/Getty Images Embed/Patricia de Melo Moreira/AFP)

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