O presidente francês Emmanuel Macron, disse querer “irritar” as pessoas que não se vacinaram contra a Covid-19, em entrevista ao jornal Le Parisien, nesta terça-feira (4): "Para os não vacinados, quero muito irritá-los. E vamos continuar fazendo isso, até o fim. Essa é a estratégia", pontuou.
Macron usou em francês o verbo "emmerder", um termo traduzido como "incomodar", "irritar" ou "complicar a vida".
Suas declarações foram consideradas polêmicas por grupos da esquerda radical até à extrema direita. A candidata Valérie Pécresse, do Partido Republicano de direita disse que "não cabe ao Presidente da República escolher entre os bons e os maus franceses”. Na esquerda, a candidata socialista Anne Hidalgo e o comunista Fabien Roussel, questionaram sua vontade de "unir" os franceses e Jean-Luc Mélenchon pontuou a declaração de Macron como uma "confissão alucinante".
Casos de covid no país atingiram recordes e número de mortes vem crescendo (Foto: Divulgação/Reuters/Gonzalo Fuentes)
Ainda ao Le Parisien, Macron disse que mais de 90% dos franceses já estão vacinados, mas que ainda existe uma minoria contra. "Como reduzimos essa minoria? Reduzimos, desculpe dizê-lo, incomodando ainda mais", ressaltou.
Essa entrevista de Macron ao jornal, contribuiu também para suspender novamente o debate na Assembleia Nacional, sobre a aprovação de um passaporte de vacinação. Se for aprovado, maiores de 12 anos que não estão vacinados não poderão frequentar restaurantes, museus, academias, cinemas, festas, etc.
Essa medida, vem como forma de redução de casos, já que o país enfrenta uma quinta onda da covid-19 muito severa. Na última terça-feira (4), o país registrou em 24 horas mais de 270 mil casos da doença.
Em abril, ocorrem as eleições presidencias da França e Macron deve tentar a reeleição, porém, segundo o presidente, ele busca conter o novo pico de infecções antes de confirmar sua candidatura à reeleição.
Foto Destaque: Emmanuel Macron, o presidente da França, em discurso no país em setembro de 2021 - Créditos: Ludovic Marin/AFP