Nessas eleições de 2022 teremos quatro mulheres na disputa pelo cargo de presidente, sendo um recorde de candidaturas na história brasileira. No total, 11 mulheres foram candidatas à presidência desde a redemocratização. Livia Maria (PN), foi a primeira candidata a presidente em 1989 e ficou na 16ª colocação, com 0,26% dos votos válidos.
Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU), são as candidatas confirmadas pelos seus partidos para a disputa desse ano. Caso elas cheguem de fato à disputa nas urnas, essas eleições irão superar o que era o maior número de mulheres presidenciáveis até então. Em 2014, Dilma Rousseff (PT) foi reeleita presidente e disputava com outras duas mulheres: Marina Silva (à época no PSB) e Luciana Genro (PSOL).
Livia Maria (PN) foi a primeira candidata a presidente do Brasil em 1999. (Foto: Reprodução/PN)
Houve um aumento da participação feminina na disputa pelo Palácio do Planalto. Se nada mudar até o dia 15 de agosto, prazo estipulado para registro definitivo dos nomes, elas devem compor 36% das opções para o cargo de presidente. Uma mudança na lei eleitoral, que destinou parte do fundo público criado para as eleições para candidatas da cota feminina, explica um pouco esse fenômeno.
Mesmo assim, a representação política de gênero continua em déficit: as mulheres continuam sendo a maioria do eleitorado (53%), somando 82,3 milhões dos votos disponíveis contra 74 milhões dos homens. Um aspecto bem curioso é que nesse universo de eleitoras aptas a votar, estão 87,4 mil com 100 anos ou mais completados até o último 19 de julho, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral.
Além de enfrentar barreiras históricas à participação feminina no cenário político, como o machismo e a violência política de gênero, as candidatas à presidência têm em sua maioria de ir para a frente de batalha sozinhas, muitas vezes sem apoio partidário ou capital político suficiente para manter uma performance competitiva. Essa significativa ampliação do número de mulheres na disputa presidencial, sinaliza uma mudança na pauta de debates eleitorais e a discussão da desigualdade de gênero, deve permear os debates eleitorais desse ano.
Foto destaque: Quatro candidatas disputam a presidência do Brasil em 2022. Reprodução/Divulgação/CNN