Os EUA estão equipando a Ucrânia com sensores para detectar possíveis explosões de radiação de armas nucleares ou bombas “sujas”. Esses detectores podem confirmar a identidade do emissor da agressão. Parcialmente, o objetivo dos americanos é assegurarem que, se a Rússia detonar uma arma ou bomba radioativa em solo ucraniano, a assinatura desse ataque atômico e a culpabilidade da Rússia possam ser rapidamente verificados.
Desde que os russos invadiram a Ucrânia, há 14 meses, especialistas em guerras se preocupam com a possibilidade de Vladimir Putin utilizar armas nucleares em combate. Essa seria a primeira vez que um país utilizaria armas nucleares, desde os bombardeios dos Estados Unidos a Nagasaki e Hiroshima, em 1945.
País ucraniano está sendo bombardeado pela Rússia há 14 meses. (Foto: Reprodução/Sergei Supinski/AFP)
Os preparativos para o envio dos sensores, foram mencionados pela primeira vez no mês passado, em uma audiência na Câmara americana e foi detalhado nesta quarta-feira (26) pela Administração Nacional de Segurança Nuclear, uma agência federal americana. Tudo isso parece constituir uma evidência cada vez mais forte de que Washington está tomando medidas cada vez mais concretas, para já estarem preparados para os piores resultados possíveis da invasão ao país do leste europeu.
Segundo a NEST (na sigla em inglês, que significa Equipe de Apoio a Emergências Nucleares), uma unidade de especialistas atômicos está sendo dirigida pela agência de segurança federal, e estão trabalhando com os ucranianos para colocarem os sensores de radiação, monitorar dados de inteligência, treinar as pessoas e alertar sobre os níveis de radiação que podem ser mortais.
Em comunicado enviado ao jornal americano The New York Times a agência federal informa que a rede de sensores atômicos será implantada “em toda a região ucraniana” e tem a capacidade de identificar o local, tamanho e possíveis efeitos de qualquer explosão nuclear. Além disso, a agência disse que os sensores implantados são um recado à Rússia “isso retira qualquer oportunidade do uso de armas nucleares na Ucrânia” sem que elas sejam identificadas.
Essa declaração da agência americana é direta, para esclarecer especulações sobre uma possível guerra nuclear, e de como os EUA agiriam nessa situação.
Foto destaque: Engenheiros em frente a Usina de Chernobyl. (Foto: Reprodução/REUTERS)