O empresário e ex-presidente norte-americano Donald Trump, foi julgado nesta quinta-feira (30), pelo Tribunal de Nova Iorque e considerado culpado pelo juri. Entre as 34 acusações ao qual respondia, a mais grave diz respeito ao pagamento de uma quantia considerável para uma atriz pornô, no decorrer das eleições que o tornaram presidente dos Estados Unidos, em 2016.
O julgamento iniciou em 15 de abril e pela primeira vez, um ex-presidente sentou no banco dos réus para responder criminalmente. A pena será proferida pelo juiz Juan Merchan em alguns dias. Apesar das diversas acusações, classificadas como Classe E (a mais branda), a pena máxima deve ser de até 4 anos, e com várias possibilidades de ser cumprida, inclusive, em liberdade.
Cumprimento de pena leve e continuidade na disputa eleitoral
Em caso de condenação, Trump terá vários pontos favoráveis para o cumprimento da pena, entre elas, a sua idade avançada e a natureza não violenta do crime cometido. Além de ser a primeira vez que foi condenado criminalmente, o magnata já foi presidente da nação e ainda pode ser eleito novamente, nas próximas eleições.
As leis americanas são consideradas favoráveis a pessoas condenadas. No país, mesmo que uma pessoa esteja no regime prisional, ela pode concorrer a eleição de cargos públicos, com a presidência da república. A Constituição Americana diz que basta que o indivíduo tenha nascido em solo americano, no mínimo 35 anos e seja residente no país há 14 anos.
Especialistas apontam que o juiz Juan Merchan pode aplicar uma pena leve ao ex-presidente, como pagamento de multa e liberdade condicional por um tempo determinado. Outro ponto que é discutido, diz respeito ao perdão presidencial. Trump é pré-candidato nas eleições de cinco de novembro. Caso seja eleito, ele próprio tem a possibilidade de "se perdoar", mas há dúvidas sobre a legitimidade do ato, já que a decisão é dada pelo governador do estado onde o réu foi condenado. No caso de Trump, Nova Iorque.
Donald Trump durante evento pré-eleitoral (Foto: Reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)
Escândalos, crimes eleitorais e fraudes processuais
A vida de Donald Trump é envolta a escândalos e acusações de todos os tipos. Uma das mais recentes é relacionada as eleições de 2020, que perdeu para o democrata Joe Biden. Acusado de atrapalhar o último pleito, afirmando que houve fraude nas votações, é considerado líder intelectual da invasão ao Parlamento americano em seis de janeiro de 2021.
Trump também responde pela tentativa de alterar a apuração no estado da Geórgia, que deu parecer favorável a Biden. Além disso, após deixar a Casa Branca, se apropriou de documentos sigilosos, os levando para imóveis de sua propriedade. Por todos esses crimes, será julgado nos próximos meses.
A acusação que levou Donald Trump ao banco dos réus é referente ao valor pago para "calar" a atriz pornô Stormy Daniels, em 2016. A quantia foi de US$ 130 mil e serviu para não causar um escândalo que poderia prejudicar a sua eleição naquele mesmo ano, ao qual venceu a candidata democrata e ex-primeira dama, Hillary Clinton.
Outras acusações são referentes ao acordo que Trump e sua equipe mantinham com o diretor do tabloide "National Enquirer" para abafar assuntos que atrapalhassem seus planos políticos. O acordo incluia a compra de pautas desfavoráveis ao então candidato.
Donald Trump é réu em outros três processos criminais, mas a previsão é que não haja julgamentos em 2024. O empresário conta com sua vitória eleitoral nos próximos meses para não ser levado a novos julgamentos.
Foto destaque: Ex-presidente e candidato a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump (Reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)