Nesta sexta-feira (26), o júri federal em Manhattan determinou que Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, deverá pagar cerca de US$ 83,3 milhões (R$ 409 milhões) em indenização para Elizabeth Jean Carroll, que o acusou de prejudicar sua carreira como jornalista ao negar que a estuprou.
A condenação desta sexta-feira soma-se aos US$ 5 milhões que o ex-presidente foi determinado a pagar em maio, após a justiça considerá-lo culpado. O júri responsável pela nova condenação foi composto por sete homens e duas mulheres e precisou de menos de três horas para chegar a uma conclusão.
Entenda o caso
Em novembro de 2019, Carroll, de 80 anos, processou Donald Trump após ele ter negado que havia estuprado a escritora na década de 1990. O abuso teria acontecido no camarim de uma loja de departamentos Bergdorf Goodman, uma rede de vestuário de luxo, em Manhattan.
O caso teria sido relatado por Carroll em seu livro “What Do We Need Men For?” (Para que precisamos de homens?). Na época, Trump alegou não conhecer a escritora e afirmou que ela inventou a história como forma de publicidade para o seu livro de memórias. Durante o julgamento, Carroll afirmou que publicou a história no livro após se inspirar no movimento “Me Too”, uma manifestação de denúncias contra abusos sexuais. Na ocasião, o júri concedeu à escritora uma indenização de US 5 milhões (R$ 24,5 milhões).
Carroll na saída do tribunal após decisão do júri (Foto: reprodução/Angela Weiss/AFP/Carta Capital)
Durante esse novo processo, Trump realizou vários ataques contra Carroll, e segundo o New York Times, ele chegou a realizar 40 postagens irônicas sobre ela em um único dia. A escritora declarou que outros comentários de Trump prejudicaram a sua reputação e carreira.
Esta última decisão do júri concedeu US$ 18,3 milhões (R$ 89,96 milhões) em danos compensatórios, em que é avaliado o dano sofrido pela vítima, e US$ 65 milhões (R$ 320 milhões) em danos punitivos, em que a justiça avalia o grau de culpa do agente e visa punir as suas ações.
Declaração do Donald Trump
O ex-presidente alegou que ainda não tinha conhecimento sobre Carroll e comentou no tribunal que o caso era uma fraude. Além disso, Trump chegou a sair do tribunal durante as deliberações finais da advogada de Carroll, mas retornou para a argumentação de seu advogado.
Em sua rede social, Truth Social, Trump afirmou que deverá recorrer e que a decisão era insensata. Além disso, realizou uma série de críticas contra o atual presidente e ao sistema jurídico.
Foto Destaque: ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Reprodução/Carlos Barria/Reuters/CNN Brasil)