Nesta quinta-feira (12), o Ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que o governo federal ampliará o contingente da Força Nacional para combater os incêndios na floresta do Amazonas. Pelo segundo dia seguido, as áreas Sul e Centro-Sul de Manaus foram envolvidas por fumaça, obscurecendo os edifícios e afetando a visibilidade dos motoristas logo nas primeiras horas do feriado de Nossa Senhora Aparecida e Dia das Crianças.
“Após diálogo com o governador do Amazonas, Wilson Lima, e em consonância com a orientação do presidente Lula, iremos alocar mais recursos da Força Nacional para apoiar as equipes de combate a incêndios florestais na região”, indicou o comunicado de Flávio Dino.
Neblina de fumaça
As intensas queimadas na região causam apreensão, classificando a capital do Amazonas entre as cidades com a pior qualidade do ar, de acordo com o monitoramento da plataforma World Air Quality Index.
Apenas nos primeiros 12 dias de outubro, o estado registrou 2704 focos de incêndio, sendo o segundo maior no país, atrás do Pará, representando um aumento de 148% em relação ao mesmo período do ano passado.
Campanha da prefeitura municipal de Manaus sobre queimadas (Foto: divulgação/Instagram/@prefeiturademanaus)
Queimadas e seca
Um recorde para outubro já é estabelecido com os 2704 focos de incêndio no Amazonas, embora menos da metade do mês tenha transcorrido. Desde o início da série histórica, que remonta a 1988, nunca houve tantas queimadas no período de 1º a 31 de outubro. No ano passado, somente 1.503 incêndios foram registrados no mês inteiro, uma quantidade 80% menor do que os ocorridos em apenas 12 dias deste mês
A crise de seca e incêndios tem impactado o cotidiano dos moradores de Manaus, uma vez que o Rio Amazonas enfrenta níveis historicamente baixos. Devido aos problemas decorrentes, a prefeitura da cidade tomou a decisão de encerrar mais cedo o período escolar nas comunidades ribeirinhas.
Essas condições climáticas adversas afetam diretamente as populações que dependem do rio, pois não podem mais pescar para se alimentar, nem utilizar o rio como meio de transporte e distribuição de suprimentos.
Foto destaque: faixa com árvores derrubadas e queimadas é vista em trecho da rodovia Transamazônica (BR-230) em Humaitá (AM) reprodução/Michael Dantas/AFP/g1