Nos últimos meses, o sul do Brasil tem enfrentado um aumento alarmante nos casos de dengue, revelando uma correlação preocupante entre a incidência da doença e as mudanças climáticas. A região, tradicionalmente menos afetada pela dengue, está agora em alerta vermelho devido à combinação de condições climáticas que favoreçam a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.
Fenômeno El Niño favorecem o aumento do mosquito
O fenômeno climático conhecido como El Niño tem intensificado as temperaturas e alterado os padrões de precipitação, criando um ambiente propício para a reprodução do mosquito. Esse cenário se agrava ainda mais com a urbanização desordenada e a acumulação de resíduos, que proporionam locais ideiais para a reprodução do mosquito.
Imagem carro fumacê contra denguen no sul do Brasil (Foto: reprodução/R7)
De acordo com especialistas, o impacto das mudanças climáticas sobre as doenças transmitidas por vetores é um fenômeno crescente. "As flutuações climáticas tornam-se um fator predisponente para a disseminação de doenças que antes estavam restritas a regiões específicas", explica o epidemiologista Dr. José Ribeiro.
A falta de consciência também aumenta para proliferação do mosquito
Os dados fornecidos pela Secretaria de Saúde mostram que em 2023 o número de casos de dengue triplicou em relação ao ano anterior na região sul. As cidades mais afetadas são aquelas com maior concentração populacional e infraestrutura deficitária em saneamento básico. A falta e consciência sobre a prevenção do mosquito também contribui para o aumento das infecções, com muitos cidadãos ainda não adotando medidas adequadas, como a eliminação de criadouros. As campanhas de conscientização têm ganhado força, mas ainda enfrentam resistência. Os especialistas sugerem que as autoridades invistam em ações educativas, não apenas em época de surtos, mas de forma contínua, para que a população esteja sempre atenta à necessidade de cuidar do ambiente em que vive.
Mapa de dengue no Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/SecretariaEstadualdeSaúdedoRioGrandedoSul)
A mobilização social é vital para pequenas mudanças que podem gerar impactos significativos. Criar um canal de diálogo entre a população e as autoridades locais sobre os riscos da dengue é uma estratégia recomendada para garantir que todos se sintam parte da solução.
Se a resposta da crise da dengue não for adequada, os especialistas alertam para possibilidade de novas epidemias não apenas de dengue, mas de outras doenças virais que podem emergir como o aquecimento global. O momento é urgente e é preciso unir esforços governamentais, da população e de instituições de saúde para reverter essa tendência alarmante e evitar que a dengue se torne um problema endêmico nas comunidades do sul do Brasil.
Foto Destaque: mosquito Aedes Aegypti transmissor da Dengue (Reprodução/Lorena/R7)