Após cinco meses de conflitos incessantes, fome persistente, deslocamentos contínuos e décadas de bloqueio, a situação das crianças na Faixa de Gaza atingiu níveis alarmantes. Uma pesquisa realizada pela ONG Save the Children, em colaboração com serviços de saúde mental e pais locais, mostrou relatos perturbadores que revelam o profundo impacto emocional sobre os jovens habitantes da região.
Decepção e destruição psicológica
Em um relatório recente, um pai compartilhou com a organização que a saúde mental das crianças não apenas se deteriorou, mas foi totalmente destruída. Ele descreveu a devastação psicológica completa.
Já outro pai revelou a terrível realidade que as crianças enfrentam, mencionando que elas testemunharam tudo, desde as explosões até as mortes e os corpos. Ele ressaltou que não é mais possível esconder a verdade delas, pois compreendem e viram tudo. O filho desse pai até consegue distinguir os tipos de explosivos pelo som que fazem ao cair.
Serviço de saúde mental em colapso
Além dos abalos psicólogicos causado pelos ataques das tropas de Israel, crianças da Palestina sofrem pela escassez de alimentos (Foto: reprodução/Mahammed Salem/REUTERS)
O relatório da Save the Children destaca o colapso dos serviços de saúde mental na Faixa de Gaza, mostrando ainda um cenário desolador que limita o acesso das crianças aos tratamentos essenciais para sua recuperação. Jason Lee, diretor da organização para o território palestino, reforçou de maneira expressiva a urgência de um apoio imediato e inabalável, assim como a necessidade urgente de garantir um acesso seguro e irrestrito à ajuda humanitária. Ele enfatizou que, sem essas medidas vitais, as crianças não continuarão a suportar as consequências implacáveis da violência e do trauma, perpetuando um ciclo de sofrimento indizível.
Diante da situação alarmante em Gaza, torna-se crucial um esforço conjunto da comunidade internacional para assegurar que as crianças recebam o apoio emocional e psicológico necessário. A restauração da saúde mental dessas crianças é crucial para construir um futuro de esperança e resiliência na região.
Foto Destaque: criança chora após sair ferida de um ataque das tropas israelenses no março de 2024 (Reprodução/Ashraf Amra/Anadolu Agency)