Durante uma audiência realizada nesta terça-feira (19) em Barcelona, o jogador brasileiro Daniel Alves, condenado a quatro anos e meio de prisão por agressão sexual, assegura que não irá fugir. Essa declaração foi feita por meio de videoconferência, segundo a imprensa espanhola.
O novo pedido de liberdade provisória apresentado pela equipe de defesa está sendo analisado. A sessão ocorreu a portas fechadas e o resultado sairá nos próximos dias.
O acusado disse que não sairá da Espanha, onde reside, até o fim do processo. Sua advogada, Inés Guardiola, tentou novamente propor o pagamento de fiança, mas a advogada da acusação, Ester García, e a promotoria foram contra o pedido. Estes argumentam que o risco de fuga ainda existe, tanto por ser brasileiro quanto por ter condições financeiras para sair do país, e que a sentença de estupro que torna risco de fuga ainda maior.
Joana Sanz e Lucia Alves, respectivamente esposa e mãe de Dani Alves, saindo da corte em Catalunha onde ocorreu o julgamento (Foto: reprodução/Europa Press News/ GettyImages Embed)
Família de Neymar doou dinheiro para indenização
Dani Alves pagou 150 mil euros como indenização à vítima antes do julgamento, mas ela recusou receber. Este dinheiro foi uma doação do pai de Neymar e a justiça espanhola reconheceu o valor como um fator atenuante da pena.
A equipe de defesa, liderada por Inés Guardiola, está empenhada em demonstrar a inocência de Alves antes de uma sentença definitiva, buscando a liberdade antes da decisão final do Tribunal Espanhol.
Crise no sistema prisional de Catalunha
Devido à crise no sistema carcerário da Catalunha, o jogador de futebol Daniel Alves não pôde comparecer ao tribunal. Ele está detido no Centro Penitenciário Brians 2, próximo a Barcelona, em prisão preventiva há mais de um ano.
O limite para a prisão preventiva é de dois anos na Espanha. Isto será levado em consideração no novo pedido de liberdade, mas a situação se complica devido aos protestos e greves realizados pelos funcionários das prisões da Catalunha, após a cozinheira Nuria López ser assassinada por um detento.
Os trabalhadores da penitenciária onde jogador está cumprindo sua pena participam dos protestos. Estes afetam a rotina dos prisioneiros, que não podem sair de suas celas e não recebem visitas até o fim das manifestações.
Foto destaque: Dani Alves no início de seu julgamento em 05 de fevereiro de 2024, na Espanha (reprodução/Alberto Estevez/GettyImages)