Ministério das Relações Exteriores de Cuba diz ter tido conhecimento de uma rede de tráfico humano, orquestrada pela Rússia, para recrutar mercenários cubanos e enviá-los a guerra na Ucrânia.
De acordo com as autoridades, após identificar a operação Russa, ações de combate e desmonte do esquema foram implementadas. As descobertas do Ministério mostraram que o esquema busca recrutar cubanos residentes na Rússia e em Cuba.
“Cuba tem uma posição histórica firme e clara contra o mercenarismo e desempenha um papel ativo nas Nações Unidas no repúdio a esta prática, sendo autora de várias das iniciativas aprovadas naquele fórum”, afirmou a autoridade.
Ministério das Relações Exteriores de Cuba informa descoberta de rede de tráfico humano. (Foto: Reprodução/Cubaminrex).
Ações tomadas pelo governo
De acordo com o comunicado cubano, já foram iniciados processos penais contra os envolvidos no esquema. No entanto, o Ministério não informou quais seriam os indiciados.
Por meio da rede social X, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, afirmou que o país não faz parte do conflito entre a Rússia e a Ucrânia e que “age com a força da lei” para neutralizar estas operações ilegais, responsáveis por fazer com que os cidadãos cubanos usem armas contra outro país.
Esquema pode ser frequente
De acordo o jornal independente Moscow Times, um grupo no Facebook, com mais de 75 mil membros, foi utilizado para divulgar ofertas à mercenários cubanos. A conta com nome de Elena Shuvalova realizou postagens intituladas de “Cubanos em Moscou", que ofereciam contratos de um ano com o Exército Russo.
Estas operações de tráfico, contudo, não eram direcionadas somente a cubanos. Segundo um comunicado emitido em junho pelo gabinete do procurador da região de Kostanay, no norte do Cazaquistão, o governo do país também teria identificado anúncios on-line de recrutamento para participar da guerra na Ucrânia.
Além do Cazaquistão, um estudo britânico apontou que a pratica também está presente na Armenia.
Foto destaque: padre abençoa homens recrutados em Moscou. Reprodução/Nanna Heitmann / The New York Times.