A agência de notícia Reuters e o Instituto Middlebury de Estudos Internacionais de Monterey, nos Estados Unidos, analisaram imagens e depoimentos de desertores que apontaram uma possível construção de um muro nas fronteiras da Coreia do Norte com a China e a Rússia, durante a pandemia de 2020.
As instituições usaram de imagens de satélite do Google Earth Pro e Maxar Technologies Inc. para investigarem a construção, mas não foi possível recuperar imagens de partes das fronteiras. Pelas partes que conseguiram estudar, os responsáveis notaram uma instrutura de pelo menos 489 km feita de arames e paredes de concreto, além de possíveis postos de guarda pela extensão do muro.
Um dos pesquisadores de Middlebury, Dave Schmerler, apontou que a construção aconteceu em uma área que não apresenta barreiras naturais.
Uma das motivações da construção pode ter sido para impedir que os nortes coreanos fujam do país. O que impediria a passagem de informação do país para o exterior.
As fugas do país são um ponto que a Coreia do Norte vem prestando atenção nos últimos anos. As medidas mais rígidas que foram aplicadas parecerem ter feito a diferença. Em 2019, dados oficiais apontaram que 1047 norte-coreanos fugiram para a Coreia do Sul, este número caiu para 67 em 2022.
Kim Jong-un durante reunião nacional contra a Covid-19 (Foto: Reprodução/KCNA/REUTERS)
A Coreia do Norte não comentou sobre a possível construção, mas em um discurso no ano passado sobre a Covid-19, Kim Jong-un citou um muro nas fronteiras e nas áreas costeiras, com um dos objetivos principais a proteção contra a Covid-19 e ameaças desconhecidas.
Especialistas apontam que um dos maiores afetados é a classe mercantil da região, que costumava se beneficiar do comércio informal e formal. Além disso, não haverá uma rota de fugas para os moradores da Coreia do Norte que se veem descontentes ou em situação de perigo.
Foto destaque: Foto dos retratos dos antigos líderes norte-coreanos Kim II Sung e Kim Jong II feita na cidade de Dandong, China. Reprodução/REUTERS.