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Conheça a "Lei Paulo Gustavo", iniciativa vetada por Bolsonaro

Presidente da república veta "Lei Paulo Gustavo", proposta que busca valorizar e recuperar a cultura brasileira no pós-pandemia. Figuras públicas repudiam decisão. Congresso pode vetar

06 Abr 2022 - 18h03 | Atualizado em 06 Abr 2022 - 18h03
Conheça a 'Lei Paulo Gustavo', iniciativa vetada por Bolsonaro Lorena Bueri

A “Lei Paulo Gustavo” leva o nome de um dos humoristas mais famosos do Brasil, vítima da Covid-19 no ano de 2021. Em sua homenagem, o projeto de lei prevê o incentivo à cultura, tal como a Lei Aldir Blanc criada em 2020. 

Na proposição legislativa, as verbas seriam destinadas de maneira direta, sem necessidade da intervenção de um patrocinador. Sendo assim, o valor de R$3,86 bilhões seria aplicado em recursos federais para estados e municípios visando o enfrentamento dos efeitos da pandemia no setor. 

A iniciativa propõe que os beneficiários se comprometam a fortificar a cultura existente ou levá-la a locais onde a sua presença está escassa. Além disso, o texto sugere a aquisição de recursos do Fundo Nacional da Cultura (FNC), este relacionado às verbas do Governo Federal para aplicação no setor cultural. 

Segundo o G1, a definição estabelece R$2,79 bilhões para repasses ao audiovisual e R$1,06 bilhão para ações emergenciais no setor de cultura, considerando o lançamento de editais, chamadas públicas, prêmios, aquisições de bens e serviços vinculados ao setor ou outras formas de seleção pública simplificadas. 


Setor do audiovisual sofre sucessivos cortes e perseguições durante governo Bolsonaro. (Foto: Reprodução/Pixabay)


O projeto foi criado pelo senador Paulo Rocha (PT-PA) e teve como relator no Senado o político Alexandre Silveira (PSD-MG), que aprovou a iniciativa em novembro de 2021. No entanto, quando passou pela Câmara em fevereiro do ano seguinte, sofreu modificações e teve que retornar para a análise do Senado, que o aprovou novamente. 

As alterações solicitadas pelos representantes da Câmara dizem respeito à emenda da deputada bolsonarista Bia Kicis (União-DF), que estabelecia a responsabilidade pela definição das diretrizes do programa à Secretaria Especial de Cultura. Ela ainda sugeriu o prazo de 90 dias para a realização das atividades. Dessa forma, o Governo Federal teria mais direitos sobre os repasses. Outra mudança requerida na Câmara foi sobre a garantia de uma cota para a população LBTQIA+, que, por meio da emenda do deputado Eli Borges (Solidariedade-TO), seria retirada da proposta. 

Ao chegar na sanção presidencial, Jair Bolsonaro (PL) vetou a proposição. Porém, ainda há a possibilidade de o Congresso derrubar o veto. Para isso, será necessária a maioria dos votos dos deputados e senadores. Sendo assim, para derrubar o veto, deve haver a contagem de 257 votos de deputados e 41 votos de senadores.

O governo justificou que o projeto de lei “enfraqueceria as regras de controle, eficiência, gestão e transparência”, podendo furar o teto de gastos. Foi dito também a respeito de uma possível contrariedade ao interesse público. 

Diante do veto presidencial, figuras do cenário político brasileiro manifestaram-se contrárias à postura de Jair Bolsonaro (PL). Entre elas, estão o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e a ex-candidata à vice-presidência pelo PT, Manuela D’ávila: 


Randolfe Rodrigues clama pela derrubada do veto. (Foto:Reprodução/Twitter)



Manuela D'Ávila infere que o presidente é contra estruturas libertadoras. (Foto:Reprodução/Twitter)


Indignada com a postura de Bolsonaro, a mãe do homenageado pela lei, Déa Amaral, afirma que o veto do líder brasileiro foi "um mico" e alega que ele quem será vetado.


Déa Amaral publica imagem com foto do filho e repudia atitude de Bolsonaro. (Foto: Reprodução/Instagram)


Favoráveis à decisão do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chamou a lei de “Covidão da Cultura”, referindo-se à doença que levou Paulo Gustavo ao óbito. Seguido dele, o ex-secretário especial da cultura, Mário Frias (PL-SP), parabenizou o presidente e disse que ele zelou pelo dinheiro público.

Paulo Gustavo foi um humorista, ator e apresentador brasileiro reconhecido principalmente pelo seu papel como "Dona Hermínia", uma personagem que enfrenta vários desafios na criação dos filhos e manutenção da casa na trilogia "Minha mãe é uma peça". Paulo era um homem gay que defendia os direitos da população LGBTQIA+, levando a pauta para o cenário audiovisual. 

 

Foto Destaque: Paulo Gustavo. Reprodução/Facebook.

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