Ao longo de uma fronteira de 2,341 km, Colômbia e Venezuela estão imoveis há muitos anos, principalmente após campanha lançada pelo ex-presidente colombiano Iván Duque, que buscava a saída do presidente venezuelano, Nicolás Madura do poder.
Este é apenas um dos motivos pela qual os países não mantêm boas relações diplomáticas, que já acontece há anos, desde os governos de Álvaro Uribe, na Colômbia, e Hugo Chavéz na Venezuela.
Recentemente o novo presidente da Colômbia Gustavo Petro, que recém assumiu seu posto, no último domingo, fez a promessa de fazer com que as relações entre os dois países seja normalizada, gerando esperança entre as populações. Após a posse de Petro, a Venezuela anunciou nesta terça-feira a retomada de suas relações militares com a Colômbia, o presidente colombiano por sua vez disse estar trabalhando para que as relações dos países seja normalizada durante seu mandato.
Mas muitas outras situações aconteceram para que a relação de Colombia e Venezuela tenha se tornado difícil ao longo do tempo.
Conflitos entre Presidentes
Uribe e Chávez sempre foram de posições politicas opostas, sendo o governo colombiano direitista, e o venezuelano esquerdistas, muitos momentos de tensão foram protagonizados pelos presidentes anos atrás.
A força Aérea em 2008 veio a bombardear as posições das Forças Armadas Revolucionárias da Colombia (FARC) no Equador, o que ocasionou um grande problema internacional, após esse acontecimento o governo de Uribe acusou o governo de Chavez de um pré-apoio as FARC, o que foi negado por Caracas, que em resposta a acusação retirou seu pessoal diplomático de Bogotá, meses depois a situação foi normalizada.
Após acusações por parte da Colômbia envolvendo o FARC, a Venezuela anunciou a ruptura de suas relações diplomáticas com Bogotá, a qual não foi concretizada, mas houve uma redução na apresentação diplomática entre os dois países devido a tensão politica. As relações foram novamente normalizadas após a chegada de Juan Manuel Santos a presidência da Colombia, que substituiu Uribe.
A crise de 2015
Entre a Colômbia e a Venezuela existe uma fronteria de 2.341 km, local onde há seculos passam moradores e mercadorias, foi fechada em 2015 pelo governo de Nicolás Maduro, devido a um confronto entre forças de segurança da Venezuela e civis.
A crise fronteiriça em 2015 afetou a Venezuela diretamente, sendo seu pior ano do êxodo migratório nas últimas décadas, levando cerca de 6 milhões de pessoas a saírem do pais, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). As informações da Plataforma de Coordenação Internstitucional para Refugiados e Migrantes da Venezuela (Plataforma R4V), são que cerca de 5 milhões de venezuelanos estão vivendo em diversos países do continente americano, sendo a Colômbia oque mais os recebeu: 1.842.390.
A pandemia do (Covid-19) e o Impacto das tensões no comércio.
Devido a pandemia, a Colômbia fechou suas passagens de fronteira como medida sanitária, o que fez as relações entre Bogotá e Caracas piorarem.
Em entrevista a CNN o analista político Eduardo Pizano disse ”É importante que as pessoas que não moram na Colômbia e na Venezuela entendam que a Colômbia e a Venezuela têm mais de 2 mil km de fronteira comum. Em outras palavras, isso não é uma passagem de fronteira ou uma coisa pequena” ressaltando a importância de relações liberais serem estabelecidas e a abertura completa das fronteiras. Pizano acrescenta “Os povos da fronteira sofrem muito com essas diferenças entre os regimes políticos de um pais e outro”.
Militares bloqueeam a fronteira (Foto/Reprodução/ Ansa Brasil)
A pandemia também afetou a situação do comércio com o fechamento das passagens de fronteira, o mesmo vem sendo um dos mais prejudicados pelos problemas entre os dois países. Em 2008, o intercâmbio comercial entre a Colômbia e Venezuela era de US$ 7,2 bilhões, já em 2015 caiu para cerca de US$ 1,3 bilhão e em 2020 foi apenas US$ 22 milhões, uma enorme diferença em comparação a anos anteriores.
Em outubro de 2021 as fronteiras foram reabertas, mas os números ainda foram menores que os de 2015 quando a crise migratória ocorreu, e menores ainda que em 2008, inicio da tensão entre os países.
Foto Destaque: Paises fazem fronteira e tensão prejudica população. Reprodução/ Time Maps.