Na última quinta-feira (25), uma homenagem foi prestada às vítimas do desastre de Brumadinho. As famílias aproveitaram o momento para reivindicar uma reparação justa e punição dos responsáveis. Em 2019, a barragem na região se rompeu, resultando na morte de 270 pessoas soterradas. Cinco anos após a tragédia, três pessoas não foram localizadas pelo corpo de bombeiros.
O sargento Freitas conta que abriu mão de várias datas comemorativas para apoiar a equipe e contribuir nas buscas. A missão de encontrar as demais vítimas é desafiadora devido à vasta quantidade de rejeitos, formando uma lama composta de vários minerais, e pela força que eles atingiram as pessoas. O rompimento gerou uma onda de aproximadamente 18 metros de altura, viajando a 100 km/h, sendo capaz de derrubar vagões de trens e destruir prédios inteiros.
Foram denunciadas 16 pessoas e as empresas Vale e Tuv Sud por homicídio qualificado, além de crime ambiental. No entanto, ninguém foi condenado até o momento pela tragédia.
Acordo na justiça
A mineradora Vale concordou com um acordo de reparação no valor de R$ 37 bilhões, e alegou ter cumprido 68% dele. Em fevereiro de 2021, a Vale, o governo de Minas Gerais, o MPMG, o MPF e a DPMG estabeleceram um tratado visando investimentos socioeconômicos, recuperação ambiental, entre outras ações. Contudo, as famílias das vítimas criticaram a mineradora, afirmando que a reparação nunca foi efetivada.
Homenagem prestada às vítimas da tragédia (Foto: reprodução/Tânia Rêgo/Agência Brasil/Folha de Pernambuco)
Joceli Andrioli, membro da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), declarou em entrevista ao site Desafio Ambiental que a reparação integral não ocorreu, e o acordo negligenciou a parte criminal e os direitos individuais. Além disso, afirmou que a reparação não passou de 20%, deixando a maioria da população sem indenização.
As buscas continuam após cinco anos
Três pessoas permanecem desaparecidas: Maria de Lourdes da Costa Bueno, corretora que estava hospedada em uma pousada; Tiago Tadeu Mendes da Silva, funcionário da Vale; e Nathália Porto, estagiária da mineradora. Ao longo dos cinco anos, cerca de 6 mil bombeiros de Minas Gerais participaram das buscas nas áreas atingidas pela tragédia, ajustando as estratégias para aprimorar as operações.
Atualmente, estão sendo empregadas grandes esteiras, que funcionam 24 horas e realizam a triagem do material. Com essa tecnologia, já foram vistoriados 11 milhões de metros cúbicos de rejeito, e os bombeiros seguem nas buscas.
Foto Destaque: região afetada pela rompimento da barragem (Reprodução/Antonio Cruz/Agência Brasil/CNN Brasil)