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Cinco anos após tragédia em Brumadinho, famílias buscam justiça e bombeiros continuam procura por vítimas

Três pessoas ainda não foram encontradas, as buscas permanecem em andamento; a tragédia resultou na morte de 270 pessoas, e as famílias das vítimas ainda lutam por justiça, apesar do acordo firmado

29 Jan 2024 - 09h40 | Atualizado em 29 Jan 2024 - 09h40
Cinco anos após tragédia em Brumadinho, famílias buscam justiça e bombeiros continuam procura por vítimas Lorena Bueri

Na última quinta-feira (25), uma homenagem foi prestada às vítimas do desastre de Brumadinho. As famílias aproveitaram o momento para reivindicar uma reparação justa e punição dos responsáveis. Em 2019, a barragem na região se rompeu, resultando na morte de 270 pessoas soterradas. Cinco anos após a tragédia, três pessoas não foram localizadas pelo corpo de bombeiros. 

O sargento Freitas conta que abriu mão de várias datas comemorativas para apoiar a equipe e contribuir nas buscas. A missão de encontrar as demais vítimas é desafiadora devido à vasta quantidade de rejeitos, formando uma lama composta de vários minerais, e pela força que eles atingiram as pessoas. O rompimento gerou uma onda de aproximadamente 18 metros de altura, viajando a 100 km/h, sendo capaz de derrubar vagões de trens e destruir prédios inteiros.

Foram denunciadas 16 pessoas e as empresas Vale e Tuv Sud por homicídio qualificado, além de crime ambiental. No entanto, ninguém foi condenado até o momento pela tragédia. 

Acordo na justiça

A mineradora Vale concordou com um acordo de reparação no valor de R$ 37 bilhões, e alegou ter cumprido 68% dele. Em fevereiro de 2021, a Vale, o governo de Minas Gerais, o MPMG, o MPF e a DPMG estabeleceram um tratado visando investimentos socioeconômicos, recuperação ambiental, entre outras ações. Contudo, as famílias das vítimas criticaram a mineradora, afirmando que a reparação nunca foi efetivada.


Homenagem prestada às vítimas da tragédia (Foto: reprodução/Tânia Rêgo/Agência Brasil/Folha de Pernambuco)


Joceli Andrioli, membro da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), declarou em entrevista ao site Desafio Ambiental que a reparação integral não ocorreu, e o acordo negligenciou a parte criminal e os direitos individuais. Além disso, afirmou que a reparação não passou de 20%, deixando a maioria da população sem indenização. 

As buscas continuam após cinco anos

Três pessoas permanecem desaparecidas: Maria de Lourdes da Costa Bueno, corretora que estava hospedada em uma pousada; Tiago Tadeu Mendes da Silva, funcionário da Vale; e Nathália Porto, estagiária da mineradora. Ao longo dos cinco anos, cerca de 6 mil bombeiros de Minas Gerais participaram das buscas nas áreas atingidas pela tragédia, ajustando as estratégias para aprimorar as operações.

Atualmente, estão sendo empregadas grandes esteiras, que funcionam 24 horas e realizam a triagem do material. Com essa tecnologia, já foram vistoriados 11 milhões de metros cúbicos de rejeito, e os bombeiros seguem nas buscas.

Foto Destaque: região afetada pela rompimento da barragem (Reprodução/Antonio Cruz/Agência Brasil/CNN Brasil)

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