A sequência de chuvas iniciada no dia 27 de abril no Rio Grande do Sul já atingiu a marca de 83 vítimas fatais, além de 111 desaparecidos. O total de pessoas afetadas pela chuva no estado é de 873 mil.
Quase 75% dos 496 munícipios do estado liberaram alguma notificação afirmando ter sido afetado pelas enchentes. Quase 130 mil pessoas estão desalojadas.
Cidade submersa no RS; é possível postes de iluminação pública acesos debaixo da água (Foto: reprodução/Diego Vara/Reuters)
Consequências da chuva
Com a água tomando conta das cidades, pessoas têm ficado presas em suas casas e apartamentos, além de cidades inteiras estarem se tornando verdadeiras ilhas após as rodovias que servem de entrada e saída dessas cidades serem interditadas por deslizamentos, trechos arrastados pela água ou até mesmo submersos. O total de pontos de bloqueio em todo o estado é de 163, somando rodovias federais e estaduais.
O aeroporto Salgado Filho, localizado em Porto Alegre, está temporariamente fechado até sexta-feira e, caso a situação não melhore, pode continuar fechado por mais tempo.
Além disso, os sobreviventes que estão em abrigos ou casas de conhecidos afirmam não saber como será a realidade após a catástrofe, pois como não se via enchente assim no estado, não possuíam plano de emergência.
Funcionários da prefeitura de Porto Alegre tentam ajudar durante as enchentes (Foto: reprodução/Lauro Alves/Secom)
Cheia histórica
O nível do Guaíba, lago que abrange e abastece quase toda a região metropolitana de Porto Alegre, passou dos 5 metros, mais de 2 metros acima da cota de inundação, que é de 3 metros. Com isso, o governador Eduardo Leite (PSDB-RS) decretou estado de calamidade para todo o Rio Grande do Sul. Bombeiros de outras UFs já começaram a se deslocar para o RS para ajudar no resgate de sobreviventes e busca por desaparecidos.
O desastre foi provocado por três fenômenos climáticos comuns apra a região mas que, ao se unirem, transformaram a situação em desfavorável. Em adição, a previsão é que a partir de quarta-feira as chuvas voltem a cair sobre a localidade, podendo agravar a situação uma vez que as comportas do Guaíba conseguiram segurar a força da água já existente, e mais água no reservatório significa um perigo ainda maior.
Foto destaque: Pessoas ilhadas no teto de casa em Canoas, RS (Reprodução/Renan Mattos/Reuters)