Nesta quinta-feira (28), o governo chinês criticou publicamente a medida anunciada pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump de taxar em 10% os produtos vindos da China. Os EUA vivem uma crise sem precedentes com opioides, principalmente o fentanil. Para o governo chinês, o presidente eleito está empurrando a responsabilidade da crise dos opioides para o país.
“A imposição de tarifas arbitrárias sobre parceiros comerciais não resolverá os problemas dos Estados Unidos”, afirmou o porta-voz do Ministério do comércio chinês, He Yadong. De acordo com Trump, o objetivo com a medida é que o governo de Beijing tome medidas mais rígidas para impedir a exportação de fentanil. Ainda na campanha, o americano chegou a afirmar que colocaria uma taxa de 60% nos produtos chineses.
Taxação pode criar nova guerra comercial
O porta-voz chinês afirmou que os EUA devem respeitar as medidas da Organização Mundial do Comércio para estabelecer relações comerciais estáveis entre os países. Nesta semana, editoriais da mídia estatal chinesa alertaram para o risco de uma nova guerra comercial entre China e EUA após anúncio das medidas de Trump.
, Governo estadunidense oferece antídoto em máquinas de refrigerante para diminuir casos de overdose (Foto: Mariana Sanches/BBC News Brasil)
Além disso, especialistas e analistas temem que a taxação empurre os países para uma guerra comercial que pode ser destrutiva para ambos os países e para o mundo pelos quatro anos de mandato do presidente norte-americano, pior do que a que ocorreu entre 2017 e 2020 no primeiro mandato dele. No primeiro mandato de Trump, os produtos chineses foram taxados entre 7,5% e 25%, o que destruiu a cadeia global de suprimentos.
Países vizinhos também correm risco de taxação
Ainda no pronunciamento da última segunda-feira (25), Donald Trump anunciou que deve taxar em 25% produtos vindos de Canadá e México que entrarem nos EUA. De acordo com Trump, essa medida visa fazer com que os países vizinhos tomem medidas mais rígidas para impedir a entrada de opioides como o fentanil e de imigrantes ilegais nos EUA.
Ainda no pronunciamento, o presidente eleito afirmou que as fronteiras de ambos os países são ridículas. As medidas têm preocupado analistas pelo mundo que temem uma nova guerra comercial, agora envolvendo mais países além da China.
Foto destaque: China mantém relações comerciais fortes com o Brasil há 50 anos (Reprodução/Luong Thai Linh/AFP)