Graças à mediação dos Estados Unidos, Catar e Egito, Israel e Hamas concordaram com a troca de 100 reféns por 300 prisioneiros palestinos. O acordo, divulgado nesta quarta-feira (22), alivia as tensões na região e abre caminho para entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Pressão internacional e papel de Catar, EUA e Egito nas negociações
Após intensas negociações, envolvendo a pressão internacional e esforços diplomáticos, Israel e o Hamas chegaram a um acordo para a libertação de 100 cidadãos israelenses ou que residem em Israel, capturados em 7 de outubro. Em troca, serão libertados 300 prisioneiros palestinos por Israel. A troca será realizada em várias etapas e envolverá cessar-fogos temporários.
A mediação dos Estados Unidos, Catar e Egito foi essencial para atingir o acordo. Conforme reportado pelo Haaretz no domingo (19), o Primeiro-Ministro do Catar, Sheikh Mohammed Bin Abdulrahman al-Thani, expressou otimismo sobre a superação dos desafios logísticos, enquanto o Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reconheceu a complexidade das negociações.
Ministro de Relações Exteriores do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, à direita, com o Ministro de Relações Exteriores do Irã (Foto: reprodução/X/@MBA_AlThani_)
Chefes e representantes dos EUA, Catar e Egito se manifestaram nesta quarta-feira sobre o sucesso das negociações.
Declaração do presidente dos EUA, Joe Biden
"Recebo com satisfação o acordo para garantir a libertação dos reféns capturados pelo grupo terrorista Hamas durante seu brutal ataque contra Israel em 7 de outubro. [...] Agradeço ao Xeque Tamim bin Hamad Al-Thani, do Catar, e ao Presidente Abdel-Fattah El-Sisi, do Egito, por sua liderança crítica e parceria na realização deste acordo. [...] Como presidente, não tenho prioridade maior do que garantir a segurança dos americanos mantidos como reféns ao redor do mundo. [...] O acordo de hoje deve trazer para casa reféns americanos adicionais, e não pararei até que todos sejam libertados."
Declaração do Primeiro-Ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani
"Agradecemos aos nossos parceiros que contribuíram para alcançar o acordo de pausa humanitária em Gaza, particularmente os EUA e o Egito. Esperamos que estabeleça um acordo abrangente e sustentável que ponha fim à guerra e ao derramamento de sangue, e conduza a conversas sérias para um processo de paz abrangente e justo, conforme as resoluções de legitimidade internacional."
Declaração do presidente do Egito, Abdel Fattah El-Sisi
"Gostaria de expressar minha satisfação pelo sucesso da mediação egípcio-catari-americana na obtenção de um acordo para implementar uma trégua humanitária na Faixa de Gaza, e a troca de detidos por ambas as partes. Afirmo a continuação dos esforços egípcios para alcançar soluções finais e sustentáveis que promovam a justiça, estabeleçam a paz e garantam os direitos legítimos do povo palestino."
Acordo entre Israel e Hamas abre caminho para entrada de ajuda humanitária
Além da libertação dos reféns, o acordo traz esperança para um aumento da ajuda humanitária em Gaza. O Dr. Majid bin Mohammed Al Ansari, do Ministério das Relações Exteriores do Catar, informou na última terça-feira sobre o envio de 13 aviões carregando mais de 492 toneladas de ajuda humanitária para Gaza, através da cidade de Al Arish, no Egito.
A Ministra de Estado para Cooperação Internacional do Catar, Lolwah bint Rashid Al Khater, também enfatizou na terça-feira a necessidade de um fluxo contínuo de ajuda humanitária para Gaza em uma reunião com a porta-voz da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) Tamara Alrifai.
Foto Destaque: Ministra de Estado para Cooperação Internacional do Catar, Lolwah Al Khater, encontra-se com a Ministra de Solidariedade Social do Egito, Dra. Nevin Riyad Al Kabbaj (Reprodução:/X/@MofaQatar_EN)