Faz cinco anos que a barragem da Mina Córrego do Feijão se rompeu, causando a morte de 270 pessoas, inclusive de duas grávidas, além da contaminação de mais de 300 quilômetros do Rio Paraopeba. Na ocasião, a lama percorreu uma distância de 300km até a cidade Três Marias, atingindo cerca de 250 mil habitantes em 26 municípios.
O rompimento da barragem, considerado o maior desastre ambiental do Brasil, ocorreu às 12h28 do dia 25 de janeiro de 2019. Autoridades afirmam que a tragédia humanitária poderia ser evitada.
Infográfico sobre a tragédia de Brumadinho (Foto: reprodução/OGlobo/EditoriadeArte)
Dados mostram os maiores desastres ambientais
Dados do coletivo internacional Wise Uranium Project mostram que o desastre ocupa a quarta colocação entre os maiores da história na quantidade de resíduos despejados. Os dados estudam os impactos na saúde e no ambiente da mineração e da produção de combustível nuclear. Vale ressaltar que o rompimento da barragem no Córrego do Feijão fica atrás dos desastres nas minas de Mariana (Minas Gerais - 2015), Mount Polley (Canadá - 2014) e Williamson (Tanzânia - 2022).
Sobre o julgamento e culpados
Após o ocorrido, 16 diretores, a própria Vale S.A, responsável pela mina, e a Tuv Sud, subsidiária alemã que certificou a segurança da barragem, foram denunciados pelo Ministério Público, em processo que ocorre tanto no Brasil quanto na Alemanha. Até o momento, não houve nenhuma condenação pelo desastre.
“Sabemos que crimes foram cometidos, as provas são contundentes. Por outro lado, a gente tem um sistema de Justiça que passou três anos com teses conflitantes sobre a competência do caso e ainda não condenou ninguém.”, afirma Danilo Chamas, advogado da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos (Avabrum).
Danilo ressalta que existe um sentimento de impunidade, mas que os familiares têm monitorado o caso de perto e estão confiantes de que a justiça será feita. Os trâmites do processo não foram finalizados, pois a justiça brasileira discute se o caso é de competência estadual ou federal.
Foto destaque: cinco anos de uma das maiores tragédias do Brasil (Reprodução/Wikipédia)