Na última quinta-feira (14), no início desta nova onda de calor, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) lançou um alerta para 15 estados brasileiros e o Distrito Federal sobre os perigos que com ela vêm. Com várias regiões batendo recordes de alta temperatura, o estado do Rio Grande de Sul poderá alcançar 40ºC, em Porto Alegre e outras regiões do país podem chegar até a 43ºC neste domingo (17). A partir de amanhã, segunda-feira (18), as temperaturas devem diminuir, porém, ainda se mantendo bem elevadas.
Alerta vermelho
Segundo a meteorologista do Inep, Marília Nascimento, as temperaturas estão ultrapassando 5ºC a mais que o normal para este período do ano, e estamos tendo muitos dias consecutivos de altas temperaturas, o que preocupa.
Uma análise das temperaturas ao longo dos anos indica que já faz um bom tempo que a temperatura vem subindo absurdamente no país e por um maior período de tempo. Até os anos 1990, a média era a de 7 dias de calor intenso por ano, mas nos 10 anos seguintes, esse número subiu para 20. De 2000 até 2010, passou para 40 dias, e até 2020, 52 dias de calor intenso no país foram registrados. E, em 2023, já tivemos 61 dias.
Cuidados em ondas de calor (Foto: reprodução/G1)
Saúde
Por mais que muitos digam que estamos acostumados a sentir calor, não estamos acostumados a temperaturas tão altas, nem por períodos tão longos de calor intenso. E, muitos brasileiros não possuem condições para suportá-lo, como ar-condicionado em casa, ou mesmo um simples ventilador. Os cidadãos de baixa renda são os que mais sofrem com as altas temperaturas.
Além da sensação insuportável de calor, este clima afeta diretamente nosso corpo e o funcionamento de determinados órgãos como o coração e os rins, segundo o especialista em medicina ambiental Nelson Gouveia, professor da faculdade de medicina da USP, em entrevista ao Jornal Nacional.
Sintomas derivados de ondas de calor (Foto: reprodução/SESA)
O professor alerta para um cuidado especial com crianças e idosos, por conta da desidratação causada pela exposição ao calor excessivo, que leva à queda da pressão arterial e, consequentemente, mais trabalho para o coração. A atenção com relação às crianças se deve ao fato destas não saberem exatamente como externar o que estão sentindo e, com relação aos idosos, porque seus mecanismos de defesa e alerta já não são os mesmos, e muitas vezes, nem mesmo eles se dão conta de seu real estado.
Desta forma, Gouveia sugere que se tente evitar ficar exposto ao sol, aumentar a ingestão de líquidos, buscar sempre se proteger e estar alerta quanto as mudanças apresentadas por seu corpo.
Foto Destaque: mapa do Climate Reanalyzer mostra temperaturas máximas na América do Sul (Reprodução/UMaine)