Neste sábado (6), o governo brasileiro condenou a invasão das forças policiais do Equador à Embaixada do México, em Quito, capital equatoriana. Além do Brasil, outros países da América Latina também criticaram a ação, entre eles Argentina, Uruguai, Venezuela, Chile, Peru e Colômbia.
Por meio de uma nota oficial divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores à imprensa, o governo repudiou a ação e declarou que não há argumento que justifique tal ato. “A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de energético repúdio, qualquer seja a justificativa para sua realização”, declarou.
Em nota, o Itamaraty também afirmou que a invasão é uma violação à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre relações diplomáticas. Segundo o artigo 22 da Convenção de Viena, os locais de uma missão diplomática são invioláveis, sendo protegido pelo direito internacional.
Toda minha solidariedade ao presidente e amigo @lopezobrador_. https://t.co/kZzcjDWJbG
— Lula (@LulaOficial) April 6, 2024
Presidente Lula manifesta apoio ao México (Foto: reprodução/X/@LulaOficial)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se manifestou e demonstrou solidariedade ao presidente do México, Andrés Manuel López Obrador. Pela rede social X, antigo Twitter, Lula repostou a publicação do Itamaraty e acrescentou: "Toda minha solidariedade ao presidente e amigo @lopezobrador_".
América Latina condena ato
Além do Brasil, Argentina, Honduras e Venezuela denunciaram a invasão. O governo da Nicarágua pôs fim as relações entre os dois países ao acusar o Equador de "barbárie política neofascista".
Policiais tomam medidas de segurança em frente à Embaixada do México (Foto:reprodução/Getty Images Embed)
A Argentina, cujo governo de Javier Milei, que tem divergências com o México, também se uniu aos países da América Latina na condenação do episódio e relembrou o momento recente em que concedeu asilo diplomático a dirigentes políticos.
A chancelaria venezuelana foi outra a repudiar a ação, expressando "o mais contundente rechaço" à invasão na embaixada do México. Em nota, o país afirmou que este é um episódio preocupante para o Equador e o mundo.
Crise diplomática
Logo após a invasão que resultou na detenção do ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, refugiado na embaixada acusado de corrupção, o México anunciou o rompimento de relações diplomáticas com o Equador. “Se trata de uma violação flagrante ao direito internacional e à soberania do México”, disse Obrador, que pretende levar o caso à Corte Internacional de Justiça.
A invasão ocorreu horas depois do México conceder asilo político a Jorge Glas. A chanceler mexicana Alicia Barcena afirmou que a concessão de asilo é um direito constitucional e que a ação estava dentro das conformidades das convenções internacionais. “Ao conceder asilo a Jorge Glas, confio que o governo do Equador disponha do salvo-conduto o mais rápido possível”, finalizou a chanceler. O governo de Daniel Noboa, no entanto, se recusou a entregar o documento autorizando a viagem de Glas para o México e invadiu a sede diplomática do México.
Foto destaque: população mexicana organiza protesto em frente à embaixada do Equador (Reprodução/Getty Images Embed)