Em nota lançada nesta segunda-feira (27), o governo brasileiro condena o ataque realizado por Israel em um campo de refugiados palestinos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. E também, reforçou seu repúdio sobre a retomada dos lançamentos de foguetes pelo Hamas no território israelense.
O Ministério das Relações Exteriores expressa durante o comunicado que essa “contínua ação das forças armadas israelenses contra áreas de concentração da população civil de Gaza, visto que constitui sistemática violação aos Direitos Humanos e ao Direito Humanitário Internacional, assim como flagrante desrespeito às medidas provisórias reafirmadas, há poucos dias, pela Corte Internacional de Justiça”.
Além de expressar solidariedade ao povo palestino e aos familiares das vítimas, o Brasil pede que a comunidade internacional aplique máxima pressão diplomática para um cessar-fogo na cidade, para que os reféns sejam libertos e que Gaza consiga toda a assistência necessária urgentemente.
O ataque em Rafah
O bairro de Tel Al-Sultan, na zona oeste de Rafah, foi alvo de pelo menos oito mísseis durante o último domingo (26). Os bombardeios atingiram tendas de ajuda humanitária que foram dispostas na região para abrigar palestinos que estavam fugindo de outras regiões de Gaza. Esse ataque resultou em um incêndio com 45 mortes, com 23 destas sendo de mulheres, crianças e idosos, e 249 pessoas feridas. Isso despertou o repúdio de diversos países como França, Egito, Jordânia, Kuwait e Catar.
Destroços do ataque de Israel em Rafah (Foto: Reprodução/Bloomberg/Getty Images)
Durante um discurso ao Parlamento, o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, disse que esse bombardeio foi um “acidente trágico” e que irá investigar para obter uma conclusão do que aconteceu. Segundo a agência Reuters, militares israelenses afirmaram que o local era um território do Hamas e que dois integrantes do grupo terrorista foram mortos no ataque aéreo.
ONU ordena que as operações em Rafah acabem
Na última sexta-feira (24), a Corte Internacional de Justiça da ONU já tinha ordenado a suspensão imediata das ações militares de Israel em Rafah, afirmando que as ofensivas podem causar condições de vida degradantes a população, porém foi ignorado. Mesmo após a decisão, além de Tel Al-Sultan, outras áreas foram bombardeadas causando mais de 200 mortes na cidade.
Foto destaque: Bombardeio em Rafah feito por Israel (Reprodução/Instagram/@midianinja)