Conforme o novo boletim médico divulgado nesta quarta-feira (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresenta uma boa evolução clínica e segue “sem dor, sangramentos ou outras intercorrências”, depois de uma cirurgia de 12 horas realizada no domingo, conforme o boletim médico. Ele compartilhou uma foto sentado, sem camisa (com os equipamentos da UTI visíveis) e trouxe novidades sobre sua recuperação.
Mais cedo, o ex-mandatário compartilhou uma mensagem no X (antigo Twitter), afirmando que as dores que sente são consequência da facada que levou em Juiz de Fora (MG), quando era carregado nos ombros por apoiadores e foi golpeado na barriga por um homem chamado Adélio Bispo de Oliveira, em 2018. Em seu post, ele destacou que o médico que o atendeu no Rio Grande do Norte afirmou que "este foi o quadro mais grave" desde o incidente ocorrido durante a eleição.
Estado de saúde estável
Ontem à noite, concluíram as 48 horas que os médicos consideravam críticas. Com essa fase superada, a expectativa é que Bolsonaro mostre uma melhora significativa. Durante o dia, serão realizados exames para confirmar o progresso da recuperação.
Sem andador, Bolsonaro percorre o hospital com o auxílio de Michelle (Vídeo: reprodução/Poder 360/Youtube)
A nota, assinada pelos médicos Cláudio Birolini, Leandro Echenique, Antônio Aurélio de Paiva Fagundes Júnior, incluindo Brasil Caiado, Guilherme Meyer e Allisson Barcelos Borges, informa que não há previsão de alta da UTI.
O Dr. Claudio Birolini fala sobre o estado de saúde de Bolsonaro na coletiva de imprensa na clínica DF Star (Foto: reprodução/SERGIO LIMA/AFP/Getty Images Embed)
Confira o boletim médico completo:
“O Hospital DF Star informa que o ex-presidente Jair Bolsonaro continua internado na UTI, recebendo acompanhamento pós-operatório. Seu estado é considerado estável, sem dor, sangramentos ou complicações. Ele permanece em programação de fisioterapia motora (caminhadas fora do leito) e respiratória. No entanto, as visitas estão restritas e não há previsão de alta da UTI.”
Panorama
Na sexta-feira (11) - Bolsonaro, quando participava de eventos em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, sofreu intensas dores abdominais, teve dificuldades para se alimentar e digerir os alimentos, levando à sua internação urgente. Segundo Gilson Machado (ex-ministro do Turismo) que acompanhava o ex-presidente, ele permaneceu a noite toda sentindo dores e sem conseguir dormir.
“Ele não conseguiu dormir e passou a noite com dores. Chegamos aqui [Rio Grande do Norte] às 1h30 da manhã, e ele não conseguiu descansar. Às cinco horas da manhã, ele me chamou no quarto”, contou Machado em uma rede social na sexta-feira.
Na tarde de sábado (12) - o ex-mandatário foi inicialmente transferido para Natal, a capital do estado, e posteriormente transportado em uma UTI móvel até Brasília, onde foi submetido a uma cirurgia. A decisão pela transferência foi tomada a pedido do ex-presidente, em comum acordo com sua família, conforme anunciado pelo boletim médico.
No último domingo (13) - Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de desobstrução intestinal, considerada pela equipe médica como “extremamente complexa e delicada”.
Na terça-feira (15) - o hospital divulgou imagens do ex-presidente se movimentando, embora as visitas continue restritas apenas a familiares.
Cirurgias realizadas pelo atentado
Primeira cirurgia - aconteceu no dia em que ele foi esfaqueado, em 6 de setembro de 2018, e durou aproximadamente duas horas, visando reparar as lesões nos órgãos intestino delgado e o grosso, localizado no sistema digestivo.
Segunda cirurgia - ocorreu alguns dias depois (12 de setembro), em São Paulo, que visava remover as primeiras aderências, uma forma de cicatriz fibrosa que surgiu após a primeira cirurgia e que estavam bloqueando seu intestino, ao qual durou aproximadamente uma hora. Nessa ocasião os cirurgiões aproveitaram para corrigir uma fístula (um canal anômalo que se forma no corpo) que se desenvolveu em uma das suturas realizadas durante a primeira operação.
Terceira cirurgia - foi realizada em 28 de janeiro de 2019 e durou quase sete horas. Nesse procedimento, foi retirada a bolsa de colostomia que ele utilizava durante a recuperação da primeira intervenção médica após o atentado.
Quarta cirurgia - realizada quase um ano após o atentado, em 8 de setembro de 2019, Jair Bolsonaro teve que passar por mais um procedimento para tratar uma hérnia que surgiu na cicatriz do ferimento, que durou aproximadamente cinco horas.
Quinta cirurgia - o político do PL enfrentou cirurgia para retirar calculo na bexiga, em 25 de setembro de 2020.
Sexta cirurgia - feita no estômago para tratar um refluxo, em 12 de setembro de 2023.
Sétima cirurgia - foi realizada em Brasília para desobstrução intestinal em 13 de abril de 2025 e durou cerca de 12 horas.
Fotos das cirurgias realizadas por Jair Bolsonaro em decorrências da facada na eleição em 2018 (Foto: reprodução/Poder 360)
Imagens de Bolsonaro foram divulgadas nas redes sociais, acalmando apoiadores que estimavam por sua melhora, contudo seu estado necessita de cuidados e os médicos aconselharam que as visitas continuem sendo limitadas apenas a familiares.
Foto destaque: Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente do Brasil (Reprodução/SERGIO LIMA/AFP/ Getty Images Embed)
