Uma audiência do caso aconteceu nessa quinta-feira (27/3) na Argentina contou com a presença de Carlos Mauricio Cassinelli, médico legista que foi responsável por fazer a autópsia do ícone do futebol Maradona.
Em seu depoimento, o médico apontou que um edema pulmonar agudo com insuficiência cardíaca e cardiomiopatia dilatada foi a causa da morte do ídolo do futebol, e forneceu um detalhe ainda mais surpreendente: ele teria entrado em agonia 12 horas antes, um quadro caracterizado por ser irreversível, em que não se há mais nada a fazer.
Coração de Maradona estava com o dobro o tamanho normal
Na autópsia, foi constatado que o coração do craque argentino, que na época estava se recuperando de uma cirurgia no cérebro, pesava 530 gramas, o dobro do normal para sua idade, além de uma retenção de líquidos severa em diversas partes do corpo, somando cerca de 4,5 litros.
Uma das testemunhas presentes na última audiência já mencionada, ao ser perguntada pelo promotor do caso se acreditava que a morte teria sido repentina, afirmou: "Eu diria que não. Ele foi retendo água ao longo dos dias. Foi algo previsível. Não foi uma morte repentina, aguda e imprevisível.".
Na opinião de Cassineli, Maradona não era um paciente para ficar em casa, mas sim deveria ser monitorado a cada quatro horas em um ambiente hospitalar. Na época, ele se encontrava em uma propriedade rural em San Andrés, ao norte de Buenos Aires.
O craque argentino na década de 80 (Foto: reprodução/Instagram/@amandoamaradona10)
Uma suposta negligência vem sendo investigada
Sete dos oito profissionais que estavam acompanhando Maradona em sua casa estão sendo julgados por uma acusação de negligência médica. O crime prevê pena de oito a vinte cinco anos de prisão.
A Justiça da Argentina decidiu, em abril de 2023, levar os profissionais responsáveis por Maradona a julgamento, pois, segundo a Câmara de Apelações e Garantias de San Isidro, cidade argentina onde o caso vem sendo julgado, a equipe médica "incorreu em ações e omissões defeituosas, determinantes para o resultado da morte ora imputada", ou seja, o tratamento fornecido não foi adequado para a gravidade do caso.
Foto destaque: o ex-jogador Diego Maradona (Reprodução/Instagram/@amandoamaradona10)