O Observatório Nacional (ON), instituição de pesquisa ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), emitiu uma nota nesta terça-feira (28) abordando o recente destaque dado à Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS) devido ao seu aumento.
Na nota publicada, o ON explica que embora o termo “anomalia” possa parecer algo ruim, ou gerar alguma preocupação, esse crescimento é considerado normal.
O que é?
A AMAS, nada mais é do que uma intensidade mais fraca do campo geomagnético terrestre em comparação com outras regiões do planeta. De forma mais simples, isso significa haver uma depressão no campo magnético da Terra sobre a América do Sul e o sul do Oceano Atlântico, que pode causar problemas para satélites.
O planeta é cercado por um campo magnético que o protege dos raios solares. Por conta disso, em áreas afetadas por essa anomalia, algumas dessas partículas vindas do sol, se aproximam mais que o comum.
“A anomalia está se alterando e movendo para o oeste de forma lenta e gradual. Esse processo é contínuo e não afeta significativamente a vida das pessoas na Terra” comenta André Wiermann, tecnologista do Observatório Nacional.
MCTI (Reprodução/Agência Brasil/ Marcelo Camargo)
Satélites
Porém, com o estudo sobre a anomalia avançando, os satélites estão preparados para sobreviver a ela, eles agora entram em modo standby quando passam pelas zonas de AMAS para evitar danos.
“É como um eletrodoméstico: se há uma oscilação no fornecimento de energia elétrica, o famoso 'pico de luz', recomenda-se que o aparelho seja desligado para não queimar. Quando a eletricidade é normalizada, ele volta a funcionar como antes. Da mesma forma, os satélites podem entrar em stand-by ao passar pela AMAS para que não sejam danificados” completou André Wiermann.
O Brasil, está em posição privilegiada para desenvolver estudos em geomagnetismo e analisar a anomalia, ao possuir grande área com poucos dados.
Foto destaque: AMAS (Reprodução/ESA)
