De acordo com o Ministério da Saúde gerido pelo Hamas, nesta terça-feira (17), um bombardeio matou cerca de 500 pessoas no hospital Ahli Arab, na cidade de Gaza, na Faixa de Gaza. O grupo extremista afirma que o ataque foi feito por Israel, enquanto as Forças de Defesa do Estado Judeu responsabilizam a Jihad Islâmica Palestina (JIP) – um grupo terrorista vinculado ao Hamas.
Segundo Israel, a JIP teria lançado foguetes contra o país, que erroneamente atingiram Gaza. O porta-voz do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu também justificou à CNN que o Estado Judeu não tem hospitais como alvos de bombardeamentos.
"A partir da análise dos sistemas operacionais das Forças de Defesa de Israel, foi lançada uma barragem de foguetes inimigos em direção a Israel que passou nas proximidades do hospital, quando este foi atingido. De acordo com informações de inteligência, de diversas fontes de que dispomos, a organização Jihad Islâmica Palestina (JIP) é responsável pelo lançamento fracassado que atingiu o hospital”, explica nota das Forças de Defesa de Israel.
O grupo aliado ao Hamas, no entanto, nega participação no ataque. Em pronunciamento à Reuters, o porta-voz da Jihad Islâmica Palestina, Daoud Shehab, chamou as acusações feitas por Israel de “mentiras”, além de afirmar que o país está “tentando encobrir o crime horrível e o massacre que cometeram contra os civis”.
Veja momento em que bombardeio atinge o hospital de Gaza. (Vídeo: Reprodução/Youtube).
Hospital era refúgio
Em meio à guerra entre a Palestina e Israel, centenas de civis desabrigados utilizavam o hospital Ahli Arab como um refúgio. À emissora Al Jazeera, o médico Ziad Shehadah afirmou que os residentes de Gaza decidiram se abrigar em hospitais e escolas por os considerarem mais seguros que suas casas.
Apesar dos números serem imprecisos, já que o Ministério da Saúde havia comunicado inicialmente a morte de 200 pessoas, o porta-voz da instituição Ashraf al-Qidra afirma que o ataque deixou cerca de 500 mortos. O Hamas também diz que os desabrigados somam maioria no número de vítimas, além de acreditarem que ainda existem centenas de pessoas nos destroços.
Luto decretado na Palestina
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, determinou três dias de luto pelas vítimas do bombardeio ao hospital. A Autoridade Palestina não atua com o Hamas e não possui domínio sob a Faixa de Gaza, contudo, assim como o grupo extremista, responsabiliza Israel pelo ataque, além de classificá-lo como um crime de guerra.
Foto destaque: feridos chegaram ao hospital após contraofensiva de Israel na semana seguinte ao ataque de 07 de outubro. Reprodução/New York Times.