O jornalista, cineasta e cronista brasileiro Arnaldo Jabor faleceu na madrugada desta terça-feira (15), aos 81 anos, na cidade de São Paulo, onde encontrava-se internado desde dezembro no hospital Sírio-Libanês, devido a um acidente vascular cerebral. De acordo com a família, ele chegou a falecer por volta de meia-noite em consequência à complicações do AVC sofrido em dezembro. Internado desde o dia 17 de dezembro, chegou a apresentar melhoras no final do mesmo mês.
Atualmente, Jabor atuava como colunista em um jornal da Rede Globo, mas sua trajetória é extensa, pois além de jornalista, dedicou grande parte de sua carreira à literatura e ao cinema, chegando a ser indicado ao Festival de Cannes por seu filme "Eu Sei Que Vou Te Amar" (1986) e a vencer o Urso de Prata no Festival de Berlim de 1973 pelo filme "Toda Nudez Será Castigada", uma adaptação da obra de Nelson Rodrigues e primeiro filme vencedor do festival de Gramado.
Arnaldo Jabor. (Foto: Reprodução/Isto É)
Jabor nasceu em 12 de dezembro de 1940, no Rio de Janeiro, e seu sucesso inicial se deu por conta de seus longa-metragens das décadas de 1970 e 1980. Ele participava do movimento cinematográfico Cinema Novo, que surgiu na década de 1960 e se destaca por sua crítica à desigualdade social no Brasil. Ao longo de sua carreira como cineasta, dirigiu sete longa-metragens, dois documentários e dois curtas, destacando-se pelos filmes Pindorama (1970), O Casamento (1975) e Tudo Bem (1978). Sua trajetória como cineasta foi marcada principalmente pela luta do cinema à censura imposta no regime militar.
A partir de 1991, tornou-se bem conhecido publicamente após começar a escrever crônicas e virar cometarista político na televisão e rádio por conta da desvalorização do cinema nacional no governo de Fernando Collor de Mello, que extinguiu a estatal Embrafilme. Arnaldo escreveu oito livros, como Pornopolítica (2006) e O Malabarista (2014). Sua última produção cinematográfica foi o longa "A Suprema Felicidade", lançado em 2010.
Foto destaque: Morre Arnaldo Jabor aos 81 anos. Reprodução: Revista Quem/Globo.