Nesta quarta-feira (14), o presidente da Argentina, Javier Milei, assinou um decreto que restringe a imigração, proibindo a entrada de pessoas com histórico criminal e exigindo seguro de saúde obrigatório para turistas.
Nas redes sociais, foi divulgado um comunicado no qual o gabinete da Argentina descreve as mudanças implementadas. Além disso, informou que as alterações têm como objetivo garantir que os fundos públicos sejam utilizados em benefício dos contribuintes.
No comunicado, o governo argentino destaca que o país sempre foi receptivo ao mundo, mas afirma que os cidadãos não devem arcar com as consequências de estrangeiros que entram no país para utilizar recursos aos quais não têm direito. Segundo o texto, a facilidade de entrada na Argentina causou, nos últimos 20 anos, na imigração irregular de cerca de 1,7 milhão de estrangeiros.
— Oficina del Presidente (@OPRArgentina) May 14, 2025
Comunicado oficial da Argentina (Foto: reprodução/X/@OPRArgentina)
Argentina impõe exigências de saúde, educação e cidadania
Uma das mudanças feitas é a obrigatoriedade do pagamento pelos serviços de saúde para moradores transitórios, temporários e irregulares, além da apresentação de seguro médico para turistas. Segundo o governo argentino, no ano passado, cerca de 114 bilhões de pesos, equivalente a R$ 57 milhões, foram gastos com atendimentos médicos para estrangeiros em hospitais do país.
O comunicado destaca que a medida tem como objetivo garantir a manutenção do sistema público de saúde, evitando que ele se torne um polo de benefícios custeados pelos argentinos.
Além disso, será proibida a entrada de pessoas com antecedentes criminais, e qualquer indivíduo que cometer um crime na Argentina será deportado, independentemente da pena. Outra regra é que os moradores temporários que desejarem cursar uma universidade terão que pagar, já que as universidades nacionais estão autorizadas a implantar essa cobrança.
Também foi determinado que só poderão obter a cidadania argentina aqueles que tiverem morado continuamente no país por pelo menos dois anos ou que tenham realizado um investimento significativo. Para residir permanentemente na Argentina, será necessário comprovar recursos financeiros suficientes e não ter cometido nenhum crime.
Brasileiros deixam Argentina devido ao alto custo de vida
De acordo com dados do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em 2023, mais de 90 mil brasileiros residiam na Argentina. Após a eleição de Javier Milei e as mudanças econômicas feitas, muitos estrangeiros deixaram o país, que se tornou um dos mais caros da América Latina.
Em agosto de 2024, brasileiros relataram à BBC News que deixaram a Argentina devido ao alto custo de vida, com aumento significativo no aluguel. Em dezembro, o g1 mostrou que estudantes de medicina retornaram ao Brasil por conta dos altos custos com mensalidades e aluguel em dólar.
Foto Destaque: Javier Milei, presidente da Argentina (Reprodução/Tomas Cuesta/Getty Images Embed)