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Apuração de atas eleitorais feita por agência aponta que Gonzáles obteve mais votos do que Maduro

Agência Associated Press analisa atas divulgadas pela oposição do governo e dúvidas sobre a vitória de Maduro aumentam

03 Ago 2024 - 06h00 | Atualizado em 03 Ago 2024 - 06h00
Apuração de atas eleitorais feita por agência aponta que Gonzáles obteve mais votos do que Maduro Lorena Bueri

A Agência Associated Press, uma agência de notícias independente, analisou atas eleitorais, divulgadas pela oposição do governo, as quais mostra que Gonzáles obteve quase meio milhão de votos a mais do que Maduro na eleição ocorrida no último domingo (28).

A agência, por meio de um programa, conseguiu analisar 24 mil imagens, o que representa 79% das urnas de votação na Venezuela, totalizando 10,26 milhões de votos. O resultado da análise mostra que Edmundo Gonzáles recebeu 6,89 milhões de votos, enquanto Nicolás Maduro 3,13 milhões de votos.


Manifestação a favor de Gonzáles na Venezuela (Foto: Reprodução/Instagram/Edmundo González)


Resultados divulgados pela CNE

O resultado do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pela eliminação no país, mostra números muito distantes da análise feita pela agência. Segundo o Conselho, Nicolás Maduro teve 6.408.844 votos e Edmundo González 5.326.104 votos. Após, muita repercussão e cobrança, o CNE atualizou o resultado na última sexta-feira (2), reafirmando que Nicolás Maduro foi eleito com a maioria dos votos.


Pessoas vão à rua celebrar a vitória de Maduro (Foto: reprodução/Instagram/Nicolas Maduro)


No entanto, o Conselho não divulgou os boletins de votação que mostram em quem as pessoas votaram, aumentando a repercussão do caso e gerando mais dúvidas na oposição. Questionado sobre a demora em atualizar o resultado da eleição, o Presidente do CNE, Elvis Amoroso, explicou que o retardo da transmissão das atas e o processo de divulgação dos resultados foram ocasionados devido à “ataques informáticos massivos de várias partes do mundo”.

Suprema Corte venezuelana realiza auditoria auditoria das eleições

A pedido de Maduro, na última sexta-feira (2), a Suprema Corte convocou os dez candidatos à presidência, incluindo Gonzáles e Maduro, a participar do início da auditoria da eleição realizada no último domingo (28).

A convocação tinha como objetivo fazer com que os candidatos se comprometessem a aceitar a decisão que a corte tomará sobre o resultado da eleição. Contudo, a decisão em aceitar o parecer da TSJ não foi unânime, pois Gonzáles não compareceu, e Enrique Márquez (Partido Centrados), recusou assinar o documento e alegou:

"Recusei-me a assinar o documento de notificação porque não me sinto notificado de nada. Espero que este assunto não sirva para o CNE se esconder debaixo das togas dos magistrados. Exijo que os resultados sejam publicados”, explicou Márquez.

Quanto a ausência de Gonzáles, Maduro (Partido Socialista Unido) o criticou.

"Não deu as caras, o que planeja? Mais violência? Por que se esconde? Se você não respeitou o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) para firmar um acordo para reconhecer o resultado, se você não respeita o tribunal máximo da República, quais são os próximos passos?”, disse Maduro.

Sendo assim, apenas 8 candidatos assinaram o documento elaborado pela suprema corte, que possibilita o início à apuração dos resultados da eleição.

Foto destaque: Edmundo Gonzáles comemora resultados da apuração de boletins de urnas de votação (reprodução: instagram/ Edmundo Gonzáles)

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