Na manhã desta terça-feira (9), o presidente equatoriano Daniel Noboa decretou estado de emergência. O anúncio vem em meio a uma onda de violência e instabilidade social que o país vem sofrendo desde a notícia do “desaparecimento” de Adolfo Macías Villamar, conhecido como "Fito", líder criminoso da facção Los Choneros, do presídio onde cumpria pena de trinta e quatro anos de reclusão, no último domingo (7). O pequeno país sul-americano vive ainda uma onda de motins em pelo menos seis penitenciárias locais, com guardas sendo feitos reféns na maioria delas.
As medidas de Noboa prevêem o reforço das forças militares nacionais aos esforços já empregados pela polícia, além de toque de recolher das 23h às 5h em todas as cidade do país.
Fito "some" de penitenciária equatoriana
"Fito" é detido no Equador (reprodução/@ffaaecuador)
No domingo (7), após o "desaparecimento" de Fito da prisão onde cumpria pena desde 2011, o presidente destacou três mil homens, entre policiais e agentes das forças armadas, para a recaptura do criminoso, responsável por algumas das maiores rebeliões carcerárias do país desde quando passou a cumprir os trinta e quatro anos de reclusão aos quais tinha sido condenado. Um dos casos mais emblemáticos da crise penitenciária do país, segundo informações do jornal equatoriano Expreso, foi orquestrado por "Fito": a chacina de setenta e nove presos em diferente regiões do país, em represália a uma possível conspiração organizada pelas facções Los Lobos e Los Tiguerones, que pretendia assassinar o chefe de Los Choneros.
Tensão no Equador
Fito é suspeito ainda de orquestrar o assassinato do presidenciável Fernando Villavicencio, morto em campanha em agosto passado. Villavicencio era mais um dos que prometiam dar fim a guerra que o estado equatoriano travava com os carteis de drogas no país. Após o atentado e ameaças a outros candidatos, o clima de instabilidade geral se instaurou e a segurança dos presidenciáveis foi reforçada. As eleições ocorreram em 15 de outubro de 2023 elegendo Noboa com 51,83% dos votos válidos.
Foto destaque: 3 mil homens unem forças na captura de ''Fito" (reprodução/Reuters)