Recentemente o Greenpeace notificou ter encontrado ao menos 20 balsas utilizadas pelo garimpo ilegal no Rio Madeira, no estado do Amazonas. A informação revela a volta silenciosa dos garimpeiros, somente oito meses após uma grande operação da Polícia Federal ter destruído e confiscado 130 embarcações como estas em 2021. Em resposta, o Ministério Público Federal estatal disse ter aberto um procedimento de investigação do caso.
O momento de retorno é propício para o garimpo, justamente por se tratar da temporada de seca amazônica. Com o nível de água da floresta consideravelmente menor, os garimpeiros têm um acesso facilitado ao leito dos rios, onde buscam ouro. De acordo com o porta-voz da Amazônia do Green Peace, Danicley de Aguiar, “Estão em processo de reorganização. Estão espalhadas. Onde tem ouro, tem fofoca. É um processo natural nessa época do ano. Estamos tentando monitorar por imagem de satélite”.
Denúncia das balsas encontradas este ano. Reprodução/Divulgação/O Globo.
A volta da situação é desafiadora para as autoridades. Para compreender um pouco melhor o cenário em novembro de 2021, é preciso saber que o Rio Madeira foi palco de um tipo de aglomerado flutuante, com mais de 300 balsas de garimpo ilegal em seu curso, próximo à cidade de Autazes (AM). Em vista do choque internacional causado pelas imagens das balsas, o local recebeu operações em conjunto por parte da Polícia Federal e do Ibama. Os executores das operações utilizaram helicópteros e lanchas para conseguir impedir as embarcações que navegavam pelo rio. Ao final da megaoperação, cerca de 130 balsas foram confiscadas ou destruídas. Na época, os garimpeiros não se deixaram intimidar. Para o jornal O Globo, afirmaram que iriam regressar quando a poeira baixasse.
Outra área que voltou a receber a visita do garimpo ilegal recentemente foi o Vale do Javari, que se tornou internacionalmente conhecido no mês passado, quando o mundo descobriu a respeito da execução do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. O local é reconhecido por abrigar comunidades indígenas isoladas.
Foto destaque: Balsas de garimpo ilegal no Rio Madeira em 2016. Reprodução/AmazoniaReal.