Segundo a Polícia Federal, alguns dados investigados são provas de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria feito alterações em uma minuta de decreto que aponta para um golpe estatal.
Foram identificadas mensagens rastreadas no momento da apuração, mostrando que o ex-presidente teria recebido o texto em dezembro de 2022, e alterações tenham sido feitas. O inquérito aponta que, no texto, foi mantido o pedido de prisão do ministro do STF, Alexandre Moraes.
Documento alterado comprova tentativa de reversão nas eleições
Um Estado de Defesa na Sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pudesse tornar oposto, o resultado das eleições presidenciais de 2022, que teve como vencedor o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi a proposta identificada no documento com alterações, o que foi negado pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A tentativa seria de que a milícia digital fosse exercida para uma possível reversão nos resultados, levando o ex-presidente a ser reeleito.
Mensagens rastreadas comprovam a tentativa de golpe
No dia 9 de dezembro de 2022, Mauro Cid, o então assistente de ordens presidenciais, teria enviado um áudio ao coronel Freire Gomes, expondo o fato de que o presidente estaria sob pressão para tomar medidas a dispor das forças, além de apontar o resumo realizado no decreto.
Mauro Cid e Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Metrópoles)
Em análise, a Polícia Federal teria confirmado a existência do decreto, embasado na execução de um golpe de Estado, sob planejamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, reconhecido pelo comandante do Exército. Segundo Cid, Bolsonaro recebia pressões para executar as medidas utilizando as Forças Armadas.
Outro áudio, também enviado pelo ex-ajudante, teria ratificado os participantes de uma reunião realizada dois dias antes, momento em que a minuta para o decreto do golpe estatal teria sido exposta.
Outras mensagens relevantes, envolvem uma conversa entre Cid e a esposa, durante o ato criminoso ocorrido em 8 de janeiro de 2023, em que apoiadores do ex-presidente invadiram e depredavam a sede dos Três Poderes. As publicações de chefes de estados de outros países criticavam os atos, e o oficial teria respondido: “Imagina se ele tivesse assinado”.
A defesa do ex-presidente, no entanto, negou a participação do mesmo em qualquer elaboração que atingisse o Estado Democrático de Direito.
Foto destaque: ex-presidente Jair Bolsonaro (reprodução/Folha PE)