Possivelmente, o presidente eleito mais controverso que o povo argentino já elegeu, Javier Milei, já havia adiantado durante sua campanha que tomaria medidas drásticas com intuito de resolver o problema econômico em que a Argentina se encontra. E, durante a celebração de sua posse, no início de dezembro, reforçou seu discurso, impedindo assim a população de alegar surpresa com suas ações.
Preços nas alturas
A já sofrida Argentina, que viu a inflação ultrapassar 168% ainda este ano, termina 2023 um pouco mais arrebentada economicamente. Preços de produtos de primeira necessidade, contidos o quanto possível pelo governo anterior, agora, com Javier Milei, chegam ao topo da alta.
Novos valores de produtos em prateleiras de supermercado argentino (Foto: reprodução/Valor Globo)
A carne, em apenas duas semanas de governo, chegou a ter 73% de aumento, o combustível bateu 60%, e algumas hortaliças, como a abobrinha, ultrapassaram 140%. Assim como os produtos importados, café e gás - cotados em dólar - também ultrapassaram 60% de aumento.
Políticas de livre mercado
O novo presidente eleito argentino também já deu início a implementação de políticas de livre mercado, ideia que já defendia em sua campanha com promessas que começa a cumprir.
Na última quarta-feira (20), apresentou seu primeiro decreto, de emergência, com intuito de dar início a sua reformulação da economia argentina através da redução da intervenção do Estado.
Nota de 100 dólares com foto do presidente eleito da Argentina, Javier Milei (reprodução/Matias Baglietto/Reuters)
O documento retira os poderes do Governo de interferir na regulação de aluguéis de imóveis, taxas de bancos, e seguradoras de saúde - que já declararam um aumento de 40% para o início do próximo ano. Além de dar início a privatização de empresas do governo - característica marcante da forma de governo adotada pelo novo presidente.
Desta forma, não será apenas com a alta de produtos essenciais que o argentino sofrerá ainda mais com o governo de Milei, mas com a de serviços também. E que tendem a subir gradativamente, segundo o porta-voz do presidente, Manuel Adorni, até equilibrar a economia, muito distorcida.
Mercado de trabalho
O decreto emergencial de Milei também altera leis trabalhistas para facilitar as demissões em massa, ao mesmo tempo, em que proíbe, terminantemente, o direito à greve por parte dos trabalhadores.
Assim como ameaçou possíveis manifestações contra sua política de cortes de programas sociais e multa para os participantes.
Segundo Javier Milei, tais medidas são imprescindíveis para consertar o país, porém, a desvalorização da moeda argentina acompanha as mudanças já implementadas e deixa quase à deriva os mais necessitados.
Foto destaque: presidente eleito argentino Javier Milei (Reprodução/Juan Mabromata/AFP)