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Alta de preços marca início do governo Milei na Argentina

O novo presidente começa o seu primeiro mandato com medidas que assustam o povo argentino, porém, este não pode alegar surpresa porque já havia avisado o que faria nas campanhas

25 Dez 2023 - 08h53 | Atualizado em 25 Dez 2023 - 08h53
Alta de preços marca início do governo Milei na Argentina Lorena Bueri

Possivelmente, o presidente eleito mais controverso que o povo argentino já elegeu, Javier Milei, já havia adiantado durante sua campanha que tomaria medidas drásticas com intuito de resolver o problema econômico em que a Argentina se encontra. E, durante a celebração de sua posse, no início de dezembro, reforçou seu discurso, impedindo assim a população de alegar surpresa com suas ações.

Preços nas alturas

A já sofrida Argentina, que viu a inflação ultrapassar 168% ainda este ano,  termina 2023 um pouco mais arrebentada economicamente. Preços de produtos de primeira necessidade, contidos o quanto possível pelo governo anterior, agora, com Javier Milei, chegam ao topo da alta.


Alta de preços de produtos de primeira necessidade deixa argentinos de classes mais baixas desesperadosNovos valores de produtos em prateleiras de supermercado argentino (Foto: reprodução/Valor Globo)


A carne, em apenas duas semanas de governo, chegou a ter 73% de aumento, o combustível bateu 60%, e algumas hortaliças, como a abobrinha, ultrapassaram 140%. Assim como os produtos importados, café e gás - cotados em dólar - também ultrapassaram 60% de aumento.

Políticas de livre mercado

O novo presidente eleito argentino também já deu início a implementação de políticas de livre mercado, ideia que já defendia em sua campanha com promessas que começa a cumprir. 

Na última quarta-feira (20), apresentou seu primeiro decreto, de emergência, com intuito de dar início a sua reformulação da economia argentina através da redução da intervenção do Estado.


Medidas econômicas adotadas por Javier Milei desvalorizam moeda argentinaNota de 100 dólares com foto do presidente eleito da Argentina, Javier Milei (reprodução/Matias Baglietto/Reuters)


O documento retira os poderes do Governo de interferir na regulação de aluguéis de imóveis, taxas de bancos, e seguradoras de saúde - que já declararam um aumento de 40% para o início do próximo ano. Além de dar início a privatização de empresas do governo - característica marcante da forma de governo adotada pelo novo presidente.

Desta forma, não será apenas com a alta de produtos essenciais que o argentino sofrerá ainda mais com o governo de Milei, mas com a de serviços também. E que tendem a subir gradativamente, segundo o porta-voz do presidente, Manuel Adorni, até equilibrar a economia, muito distorcida.

Mercado de trabalho

O decreto emergencial de Milei também altera leis trabalhistas para facilitar as demissões em massa, ao mesmo tempo, em que proíbe, terminantemente, o direito à greve por parte dos trabalhadores. 

Assim como ameaçou possíveis manifestações contra sua política de cortes de programas sociais e multa para os participantes.

Segundo Javier Milei, tais medidas são imprescindíveis para consertar o país, porém, a desvalorização da moeda argentina acompanha as mudanças já implementadas e deixa quase à deriva os mais necessitados.

 

Foto destaque: presidente eleito argentino Javier Milei (Reprodução/Juan Mabromata/AFP)

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