Na última quinta-feira (28), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de devolução do passaporte de Jair Bolsonaro. A defesa do ex-presidente solicitou a devolução para que ele pudesse viajar com a sua família para Israel, entre os dias 12 e 18 de maio. O ex-presidente afirma que recebeu convite oficial do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para a viagem, junto de sua família.
A decisão de Moraes segue entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR), que avaliou que uma eventual viagem do ex-presidente ao exterior representaria um "perigo para o desenvolvimento das investigações criminais".
Noticiário Brasil Urgente sobre o pedido de passaporte negado a Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/Brasil Urgente)
Suposta tentativa de golpe
Bolsonaro teve o seu passaporte foi apreendido em fevereiro, por pedido da Polícia Federal na operação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder. Na decisão, Alexandre de Moraes defendeu que as medidas adotadas em fevereiro permanecem "necessárias e adequadas", já que a investigação ainda está em andamento, e não tem data prevista de finalização.
Embaixada da Hungria
O jornal americano The New York Times, uma das maiores fontes de informação do mundo, publicou segunda-feira (25), que o ex-presidente permaneceu entre os dias 12 e 14 de fevereiro de 2024, hospedado na Embaixada da Hungria, em Brasília. Após poucos dias da apreensão do seu passaporte, sendo que pelas regras internacionais, a área da embaixada é inviolável pelas autoridades brasileiras.
Como justificativa, a defesa de Bolsonaro alegou que o ex-presidente ainda possui agendas ativas. Mesmo que seu mandato já tenha terminado.
Bolsonaro é aliado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que esteve presente na posse do ex-presidente em 2018. Em 2022, Bolsonaro visitou Budapeste, capital húngara, e foi recebido por Orbán. Além disso, ambos trocam constantes elogios públicos, e seguem em parceria.
Foto destaque: Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro (Reprodução/Gabriela Biló/Folha Press)