A Justiça do Distrito Federal decidiu manter a prisão preventiva de André Felipe de Souza Pereira Alves, acusado de divulgar imagens da autópsia de Marília Mendonça, Gabriel Diniz e Cristiano Araújo. O juiz Max Abrahão Alves de Souza foi responsável por essa decisão, argumentando que a detenção de André ainda está dentro do prazo de 178 dias, o recomendado pela Corregedoria da Justiça do Distrito Federal. Até a última segunda-feira (28/8), André estava sob custódia por 134 dias.
Decisão de manter a prisão
A Defensoria Pública do Distrito Federal, ao ser consultada pelo Splash do UOL, limitou-se a declarar que "o processo judicial é sigiloso, e as informações devem ser obtidas por meio do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT)".
O advogado Robson Cunha, representante da família de Marília, comentou a decisão, afirmando: "Do nosso lado, acreditamos na justiça e esperamos que isso sirva como exemplo para a sociedade."
Como ocorreu a prisão
No contexto do caso, em abril, fotos da autópsia de Marília, que faziam parte de uma investigação policial, foram compartilhadas nas redes sociais. Na mesma semana, a Polícia Civil do Distrito Federal deteve o suspeito, um residente de Santa Maria, no DF.
Marília Medonça. (Foto: Reprodução/Instagram/@mariliamendoncacantora)
Na época dos vazamentos, a família de Marília Mendonça determinou que não ficaria passiva até que os responsáveis pelo crime fossem encontrados. Ruth Moreira, mãe da cantora, expressou sua indignação publicamente, enfatizando a necessidade de justiça e responsabilização: "Está faltando justiça. As redes sociais não podem ser uma terra sem lei. Precisamos que esses delinquentes sejam responsabilizados. Não há outra palavra: são delinquentes que desrespeitam a memória da pessoa que se foi e também não respeitam a família."
O acusado foi encontrado. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apresentou uma denúncia contra André Felipe de Souza Alves Pereira, de 22 anos, que foi preso também por compartilhar fotos nas redes sociais dos cantores Marília Mendonça e Gabriel Diniz, que morreram em acidentes de avião.
A denúncia foi registrada pelo Núcleo Especial de Combate a Crimes Cibernéticos (Ncyber) no dia 26 de abril. Além do crime de vilipêndio a cadáver, André foi denunciado por divulgação de símbolos do nazismo, racismo e xenofobia devido ao compartilhamento de símbolos nazistas nas mídias sociais entre junho de 2022 e abril de 2023.
Ele também é acusado de incitar discriminação e preconceito por raça ou etnia contra nordestinos, usando termos pejorativos e sugerindo que eles fossem colocados em campos de concentração. André Felipe usou um documento de identidade falso, ameaçou a segurança de escolas ao incentivar novos atentados em colégios e fez postagens violentas e com incentivo a assassinatos em um perfil no Twitter.
A soma das penas por esses crimes pode resultar em uma sentença de 10 a 31 anos de prisão. O MPDFT também solicitou a remoção do perfil do investigado das redes sociais, bem como dos links de divulgação das imagens das vítimas.
Foto destaque: Marília Medonça. Reprodução/Instagram/Uol
