No dia 30 de janeiro de 1979, um avião de carga se tornava um grande mistério da aviação brasileira. O voo 967 da companhia aérea Varig, decolou em Tóquio, com destino ao Rio de Janeiro, no entanto, não chegou ao desembarque. O caso de desaparecimento ainda segue em mistério, e com isso, diversas teorias conspiratórias foram criadas pela população.
Entenda como se deu o desaparecimento da aeronave
A aeronave, um Boeing 707, transportava seis tripulantes, além de 20 toneladas em carga. O avião cargueiro havia partido às 20h23, do Aeroporto de Narita, com o objetivo de fazer uma escala em Los Angeles, nos Estados Unidos, e na sequência, chegaria ao Brasil.
Aeronave da Varig (Foto: reprodução/Alexander Mils/Unsplash)
Após 20 minutos de decolagem, o piloto teria contatado a torre de controle, e até o momento, nenhum imprevisto foi informado. Um outro contato, aconteceria às 21h23, porém, não ocorreu. A aeronave teria desaparecido há aproximadamente 500 km da costa do Japão, no Oceano Pacífico. As investigações foram realizadas no período de oito dias, porém, não houve resultados, trazendo a conclusão de que os tripulantes foram a óbito.
A apuração
Segundo o G1, a equipe responsável pela busca acredita que uma despressurização havia causado a queda da aeronave, aproximadamente 45 minutos na sequência da decolagem.
Logo após o ocorrido, a aeronave provavelmente teria afundado no Oceano Pacífico, o que tornou dificultosa a sua localização. Em um relatório, a companhia havia feito uma nota da não constatação de algum indício que possibilitasse uma explicação sobre o desaparecimento do avião. Ao final das apurações, a aeronave foi oficialmente classificada como desaparecida, conforme o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos e da Força Aérea Brasileira. Nenhum fragmento do avião foi encontrado durante as buscas, devido à ausência de pistas a respeito de seu paradeiro.
Quem pilotava o avião, era Gilberto Araújo Silva, profissional de uma vasta experiência. O piloto era reconhecido na aviação brasileira, e esteve em um avião da companhia, que havia caído em Paris, em 1973, ao lado do comandante Antônio Fuzimoto, e teria evitado que a aeronave caísse em uma região residencial, evitando um grande acidente.
Conspirações sobre o caso de desaparecimento
Em 2009, o aviador Oswaldo Profeta, falecido em 2022, que era amigo de Gilberto, concedeu uma entrevista ao Fantástico, relatando o estranhamento ao fato de que Gilberto não havia tentado um novo contato com a rede de controle, durante o dia do desaparecimento. Segundo Oswaldo, diversas teorias, as quais beiravam o absurdo, foram criadas, inclusive, envolvendo extraterrestres. Outra conspiração relatava pelo aviador, é a de que a aeronave teria sido atacada por soviéticos, logo após o avião ter se deslocado à rota, e ocupado o espaço da União Soviética, além da conspiração de que a aeronave poderia ter sido sequestrada por colecionadores de arte, pelo fato de ter em sua carga, uma variedade de obras artísticas.
A Folha de São Paulo publicou, no dia 1° de fevereiro de 1979, sobre os 53 quadros do pintor Manabu Mabe, avaliados em US$1,2 milhão, que eram levados durante o voo, teoria também não confirmada pelas autoridades.
Ao mais recente, a expedição sob o comando da empresa norte-americana, Deep Sea Vision, capturou algumas imagens que foram feitas por um sonar, identificando a possibilidade de um avião afundado na região central do Oceano Pacífico, que pode ter sido uma aeronave desaparecida antes do voo da Varig em 1979, no caso, o de Amelia Earhart, no ano de 1937, a aviadora que desapareceu quando tentava uma volta ao mundo, mistério que perdura há quase 90 anos.
Conforme a imagem, o modelo parece ter a silhueta de um Lockheed 10-E Electra, o mesmo que foi pilotado pela norte-americana, porém ainda mantido em investigação.
Para 2025, espera-se que pela captura de imagens mais detalhadas e de maior nitidez, para que novos estudos sejam elaborados.
Foto destaque: tripulação presente no voo desaparecido (reprodução/Acervo/Folha de São Paulo)