Através de um memorando de paz, a Rússia continuou com exigência de 20% do território ucraniano para acabar a guerra com o país como um requisito principal, a informação veio por meio das agências estatais da russas, nesta segunda-feira (02).
Durante a segunda rodada de negociações diretas entre os países, que aconteceu em Istambul, na Turquia. A Ucrânia já havia rejeitando essa exigência feita anteriormente.
Segundo as agências estatais russas Tass, Interfax e RIA Novosti, as condições russas para acabar com o conflito escritas no memorando são as seguintes:
- Reconhecimento da Crimeia, Lugansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson, como territórios russos;
- Retirar todo o exército ucraniano desses territórios;
- Parar com o fornecimento de armas e de inteligência do Ocidente à Ucrânia;
- Realização de eleições na Ucrânia;
- Limitação do Exército ucraniano, tanto na quantidade de tropas quanto de armas;
- Proibição da Ucrânia de ter armas nucleares e de guardar esses armamentos em seu território.
O encontro em Istambul aconteceu um dia após um ataque inédito da Ucrânia em solo russo. Drones escondidos em caminhões atingiram bases militares e destruíram ao menos 40 aviões de guerra, segundo a Ucrânia. Ainda no domingo, a Rússia jogou 472 drones contra cidades ucranianas, o maior bombardeio desde o início do conflito.
O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, discutiu o apoio contínuo à Ucrânia (Vídeo: Reprodução/Instagram/@zelenskyy_official)
Exigências aceitas
Se Ucrânia aceitar essas medidas, a Rússia se promete cumprir a extinção de todas as sanções econômicas feita entre os dois países e a volta das relações econômicas com a Ucrânia, incluindo o fornecimento de gás, além de assinar o acordo de paz.
Mesmo com um cenário tenso, os países aceitaram uma nova troca de prisioneiros de guerra. A medida prevê a liberação de todos os capturados com até 25 anos, gravemente feridos ou doentes, além da devolução de 6 mil corpos de soldados de cada lado. Líder da delegação ucraniana, o ministro da Defesa, Rustem Umerov, disse que seu governo irá analisá-lo em até uma semana.
O chefe da delegação russa, Vladimir Medinski, disse que recebeu também uma versão ucraniana do memorando, o que não foi confirmado por autoridades de Kiev. Segundo Umerov, da Ucrânia, os dois países concordaram em voltar a se reunir no fim de junho para uma 3ª rodada de negociações.
Zelensky confirmou o acordo pela troca de prisioneiros de guerra, e seu chefe de gabinete disse que a Ucrânia deu à Rússia uma lista de crianças ucranianas deportadas pedindo que fossem devolvidas.
Ataques
A Ucrânia atacou a Rússia nesse domingo (01), com drones escondidos em caminhões, eles destruíram 40 aviões de guerras russos, o que chega a ser um terço da frota do seu inimigo e que atingiu bases militares. Em contrapartida, a Rússia reagiu ao ataque no mesmo dia e bombardeou de drones da guerra com 472 projéteis jogados contra o território ucraniano.
O bombardeio da Ucrânia em território russo atingiu quatro bases militares espalhadas pelo país e em regiões bem distantes da fronteira entre os dois países, incluindo a Sibéria. Na ofensiva, foram quebrados caças russos estratégicos, segundo o Serviço de Segurança Ucranianos (SBU).
As negociações diretas entre Ucrânia e Rússia pelo fim da guerra tiveram início em 16 de maio, em uma rodada de conversas com muitas polêmicas e com poucos resultados. Nesse primeiro encontro, também em Istambul, os países se acordaram apenas com uma troca de 1.000 prisioneiros de guerra de cada lado.
Foto Destaque: Zelensky e Putin chegam para uma reunião sobre a Ucrânia em 9 de dezembro de 2019, em Paris (Reprodução/Ian Langsdon/Getty Images Embaled)