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Ração de Pets causa emissão de carbono, diz estudo

Dicas fáceis e simples de como fazer para minimizar significativamente à poluição causada por animais de estimação na crise climática devido à ração.

21 Set 2022 - 18h45 | Atualizado em 21 Set 2022 - 18h45
Ração de Pets causa emissão de carbono, diz estudo  Lorena Bueri

 Estudos feitos em 2017, mostram que felinos e caninos criam aproximadamente 64 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano e isso só nos Estados Unidos. A produção de alimentos para animais de estimação emite enormes quantidades de gases que ajudam no aquecimento do planeta, os produtos que compramos para nossos pets precisam de um olhar mais atento, a sua dieta rica em carne é o maior contribuinte para suas pegas de carbono, requerendo uma abundância de energia, terra e água para produzir. Os animais de estimação têm um impacto importante na nossa saúde física e bem-estar mental. Está associado a menor estresse, menos ataques cardíacos, menores taxas de depressão e aumento da autoestima. “Não somos ‘contra’ animais de estimação”, disse Pim Martens, professor de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Maastricht. “Há muitos benefícios sem dúvida, apenas estejam cientes dos ‘efeitos colaterais’”.

Então, existem algumas opções do que poderia ser feito para minimizar o impacto ambiental de sua frota peluda.

 Avaliação na dieta do seu animal seria a primeira e mais importante dica, mas uma mudança significativa na dieta deve ser diagnosticada com o seu veterinário de acordo com às necessidades de seu bichinho felpudo. Os gatos são carnívoros, devem comer carne, não podem nem cogitar em mudar a sua dieta, de acordo com Angela Frimberger, veterinária da Vets for Climate Action. Já, por outro lado os cães, são onívoros e não necessitam de carne em todas refeições. “Desejo que todos sejam sinceramente alimentados com uma boa dieta nutricionalmente adequada para eles”, disse Frimberger. “Infelizmente para a maioria dos animais de estimação fornecer alimentos com ingredientes de qualidade é quase nula em muitos países. Devemos nos lembrar de que o que é atraente para nos não equivale necessariamente à qualidade nutricional real para o animal de estimação e hoje em dia há vários fatores que contribuem em nossa escolha como qualidade versus valor”. Frimberger observou que especialmente para cães, existem algumas novas opções no mercado de alimentos, como carne cultivada em laboratório.


Foto Reprodução: Folan Kevan por Pixabay


  O estudo feito em 2014 mostrou que os insetos são uma boa e nutritiva fonte de proteína para animais de estimação. “Os alimentos para animais de estimação à base de insetos podem ser nutricionalmente completos e estão começando a chegar ao mercado em todo o mundo”, disse Frimberger. “Eles também podem ser uma solução para alguns animais de estimação que têm alergias alimentares a fontes tradicionais de proteína.” Outro fator a ser considerado é se estiverem acima do peso, serão mais saudáveis e se sentirão melhor também.

 Desperdício itens como brinquedos, tigela, sacos de cocô e guias, embora necessários, observar a sua durabilidade é tão importante quanto o próprio produto. Para gatos a opções de areia ecológica seria o ideal, como aquelas feitas de materiais orgânicos, em vez de argila. As argilas são minerais do solo que ocorrem naturalmente, mas elas devem ser extraídas, contribuindo para a erosão do solo, destruição do habitat e contaminação das águas subterrâneas. Para os cães, sacos de cocô biodegradáveis é a melhor opção, não importando onde esteja. Pesquisas mostram que o não recolhimento do cocô pode fazer com que micro-organismos nocivos, como lombrigas, E. coli e giárdia, sobrevivam em seu quintal por até quatro anos, o que é um risco para a saúde dos seres humanos. Okin recomenda jogar o cocô do animal diretamente no vaso sanitário. “Nosso sistema de água é projetado para lidar com resíduos tóxicos e manter esses poluentes fora do meio ambiente”, disse Okin. Apenas se certifique de não jogar outras coisas junto – como sacos de cocô e areia dos gatinhos. É importante sempre comprar itens com o bem-estar genuíno do animal em mente. Pergunte a si mesmo: o que seu animal de estimação realmente precisa ou é você que está comprando apenas para satisfazer o desejo de fazer compras? “Precisamos pensar nas necessidades reais do animal de estimação e não em nossa busca pelo consumismo”, disse Frimberger.

 Na hora de adotar, adote com responsabilidade. A regra é que animais de estimação maiores terão um impacto climático maior do que os menores, porque precisam de mais comida. Você pode considerar raças ou espécies menores para minimizar o seu impacto no planeta. A pegada de carbono de Chihuahua será muito menor que a de um São Bernardo, por exemplo. Outro fator a se considerar é como algumas raças de animais tendem a ter mais problemas de saúde. “Evitar animais com problemas de saúde conhecidos reduzirá a necessidade de intervenção veterinária, que tem uma pegada de carbono e mais importante, reduzirá o sofrimento desnecessário em termos de saúde e bem-estar”. Disse Gurun Ravetz, da Vet Sistain. Outras opções são: “pequenos roedores e pássaros são ótimos”, disse Okin. “Cobras, tartarugas e répteis também podem ter um impacto muito baixo para aqueles que gostam disso”.

 E se nossos amigos peludos formassem um país separado, ele ocuparia o 5° lugar no consumo de global de carne, atrás da China, EUA, Brasil e Rússia, de acordo com o professor da UCLA e autor desse estudo, Gregory Okin.

 

Foto destaque: Snapwire por Pexels

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