O Conselho da União Europeia decidiu, nesta última quarta-feira (28), retirar as sanções econômicas contra a Síria. A decisão visa a recuperação financeira do país e sinalização de apoio ao novo governo. O anúncio de remoção das sanções foi feito no dia 20 de maio, pela responsável do departamento de Política Externa da União Europeia, Kaja Kallas.
Contudo, segundo ela, a medida é de caráter condicional. Caso o novo governo, liderado pelo ex-rebelde Ahmad al-Sharaa, não busque manter a paz no país, as sanções retornarão.
Setores beneficiados
Em nota oficial divulgada no portal do Conselho Deliberativo da União Europeia, foi anunciada a remoção de sanções de 24 entidades pertencentes ao setor econômico. Uma delas é o Banco Central da Síria.
Da lista de entidades econômicas que sofreram sanção, estão empresas ligadas ao setor petrolífero, telecomunicações e de algodão. Além destes, segmentos de imprensa local também tiveram suas punições suspensas.
Kaja Kallas, do departamento de Política Externa da União Europeia (Foto: reprodução/Omar Havana/Getty Images Embed)
Novas sanções
Embora as punições aplicadas no setor econômico tenha sido retiradas, permanecem aquelas contra o antigo governo e contra a família do ex-ditador Bashar al-Assad. A União Europeia ampliou a lista de sancionados que cometeram violação dos direitos humanos ou participaram atos violentos cometidos em março. A punição vigora até 1º de junho de 2026.
Os novos integrantes da lista são Mohammad Hussein al-Jasim e Sayf Boulad Abu Bakr, integrantes das organizações terroristas Sultão Suleiman Shah e Divisão Hamza. Eles são acusados de participar dos ataques terroristas de março, que resultaram na morte de centenas de civis.
Estados Unidos suspendem sanções
Além da União Europeia, o governo americano também decidiu suspender sanções contra a Síria, para atender a um pedido especial do príncipe da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman. Segundo Trump, esta decisão visa conceder à Síria uma “chance de grandeza”.
A atitude de Trump foi elogiada pelo ministro das Relações Exteriores da Síria, Asaad al-Shibani. Segundo ele, o gesto norte-americano é um ponto de virada para a reconstrução da Síria como nação.
Trump e Ahmad al-Sharaa se encontraram no último dia 18. Esta é a primeira vez em 25 anos que líderes americano e sírio participam de uma reunião.
Encontro de Ahmad al-Sharaa, Donald Trump e Mohammad bin Salman, príncipe da Arábia Saudita (Foto: reprodução/Instagram/@arabnews)
Quem é Ahmad al-Sharaa
O atual líder da Síria, Ahmad al-Sharaa, utilizou-se de seu braço armado, o Hayat Tahrir al-Sham (HTS) para derrubar o então ditador Bashar al-Assad, em novembro de 2024. Enquanto rebelde, chegou a ser capturado pelo Exército Americano, ficando preso de 2006 até 2011.
Após sua soltura, uniu-se ao grupo terrorista Al-Qaeda, liderando uma de suas ramificações denominada Frente al-Nusra, tendo posteriormente fundado o seu próprio braço armado, o HTS. Hoje, a missão de Ahmad al-Sharaa é a de apresentar-se mundialmente como um líder moderado, deixando para trás seu passado terrorista.
Foto destaque: Ahmad al-Sharaa, atual líder da Síria (Reprodução/Ali Haj Suleiman/Getty Images Embed)