Na última terça-feira, 6, o Banco Central divulgou uma ata com as motivações para manter a taxa de juros em 10,5% ao ano. O documento divulgado traz à tona a preocupação da entidade com a economia global, a trajetória da inflação no Brasil e uma suposta valorização do dólar. A autoridade prevê que a taxa deve permanecer estável até meados de 2025, onde uma nova avaliação poderá acontecer.
O que é a taxa de juros
Também conhecida como taxa SELIC, a taxa de juros é o percentual cobrado pelo banco sobre um empréstimo ou aplicado a um investimento. Em outras palavras, ela representa o custo do dinheiro ao longo do tempo, seja como cobrança, no caso de empréstimos ao banco ou como rendimento, quando se investe.
Assim, os comitês de políticas monetárias são sempre bastante cautelosos quando analisam a SELIC, para que a economia nacional se mantenha equilibrada e não crie uma recessão no país. Para esses comitês, a situação da economia global, a trajetória da inflação brasileira no ano e uma valorização do dólar podem reduzir os investimentos estrangeiros, aumentar a inflação e a dívida externa do Brasil.
Se houvesse uma redução da taxa SELIC neste cenário de valorização do dólar e desafios globais, a decisão poderia trazer estímulos econômicos a curto prazo, mas também riscos significativos, como ditos acima. A decisão do Cupom visa a manutenção da credibilidade que a economia brasileira tem no mercado mundial e continuidade no combate à inflação que bateu altos níveis nos últimos anos.
Dados da taxa SELIC nos últimos 10 anos (Foto: Reprodução/Poder 360)
Qual é o futuro da SELIC
Em estagnação desde agosto de 2022, a taxa SELIC vem mantendo sua taxa na busca por um maior equilíbrio econômico, que tem apresentado melhora nos últimos anos. Porém, depois de 4 cortes consecutivos na taxa de juros, a decisão do comitê de políticas monetárias de manter a taxa nos 10,5% foi bem vista pelos economistas.
Com a alta recente do dólar, que não era esperada pelo mercado, as expectativas com relação aos investimentos e as metas para o ano de 2024 deverão sofrer alterações para que se adequem à nova realidade do câmbio americano. Com isso, muitos especialistas já consideram um aumento na SELIC em caso de piora em relação ao valor do dólar. Porém, os economistas do BC são mais otimistas e acreditam que a situação será controlada pelo mercado e após a reunião em agosto de 2025, a taxa de juros brasileira siga em queda.
Foto destaque: Fachada do Banco Central do Brasil (Reprodução/Banco Central do Brasil)