Uma das instituições cooperativas de crédito mais importantes para o agronegócio no Brasil, o Sicoob, informou em nota nesta segunda-feira (10) que está planejando aumentar o capital para financiamentos em 33% na próxima safra, de 2023/24, valor que corresponde a mais de R$ 52 bilhões. Na safra anterior haviam sido destinados R$ 39 bilhões para pequenos e médios produtores, principalmente.
De acordo com as informações do Sicoob, este valor proposto inclui serviços voltados à organização, financiamento e comercialização de produtos agrícolas na nova safra. Na safra 2022/23, o aumento do crédito rural em relação ao período anterior foi 63% maior. A cooperativa prevê destinar, dentro do novo Plano Safra, R$ 37 bilhões em atividades de custeio agrícola, R$ 8 bilhões em atividades de investimento e R$ 7 bilhões em desenvolvimento industrial e comércio, especialmente para pequenos e médios produtores.
Ultrapassando mais de 7,3 milhões no número de associados incluindo 430 mil produtores rurais, a instituição conquistou uma maior visibilidade no mercado de financiamentos na última safra, marcando mais de 7,3% em 2021/22 e aumentando para 9% na safra de 2022/23.
Francisco Reposse Junior, diretor Comercial e de Canais do Sicoob, afirmou em nota que: “Reconhecemos a importância do setor agropecuário para a nossa economia e estamos aqui para apoiar os produtores rurais. Além disso, nos orgulhamos de oferecer taxas mais competitivas do que as encontradas no mercado convencional”.
No total, serão destinados R$ 8 bilhões para apoiar os pequenos produtores (Pronaf) e recursos de R$ 10 bilhões para os médios produtores (Pronamp). Com um aumento de 50% durante o último ano, a carta de crédito para o agro da financeira já chega à marca dos R$ 51 bilhões.
De toda forma, a cooperativa prevê ainda um crescimento mais lento nos financiamentos, comparando com a última safra. Em uma entrevista ao programa Globo Rural, da TV Globo, o gerente nacional de Agronegócios do Sicoob, Raphael Silva de Santana, disse que a desaceleração do crescimento dos financiamentos acontece por conta da redução nos gastos da produção agrícola, fato que já foi observado no campo.
Ele afirma que: “Um produtor que já pegou R$ 100 mil em crédito rural, para produzir a mesma safra este ano vai precisar de uma parcela, ou seja, R$ 50 mil. Portanto, a demanda por crédito rural como um todo tende a diminuir, mas principalmente a demanda por subsídios”.
Para chegar aos R$ 52 bilhões em movimentações, de acordo com Santana, a instituição financeira precisará fechar mais contratos e trabalhar para mais produtores do que o número alcançado na última safra. "O número é realmente desafiador, mas é totalmente factível", disse ele. Ele mencionou que os valores já estão disponíveis no caixa da financeira e a partir desse momento o trabalho é engajar os recursos no mercado.
Foto destaque: Ilustração de aumento de investimentos no setor rural. Reprodução/Faesp Senar SP