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Redução no preço dos combustíveis gera revisões em projeção para o IPCA

Há controvérsia entre economistas quanto ao possível impacto, mas a previsão é de baixa de 0,40%, principalmente dada a queda da gasolina, mas o diesel também é responsável

17 Mai 2023 - 17h00 | Atualizado em 17 Mai 2023 - 17h00
Redução no preço dos combustíveis gera revisões em projeção para o IPCA Lorena Bueri

A Petrobras anunciou na terça-feira (16) uma redução no preço de combustíveis que deve trazer um impacto a curto prazo para as projeções de IPCA. Em alguns casos, isso também motivou revisões nas estimativas de inflação para 2023. O maior impacto previsto deve advir da queda de 12,6% nos preços de gasolina para empresas distribuidoras. 

Mirella Hirakawa, economista da AZ Quest, informou que a projeção de 5,9% para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fechado deste ano estava contemplando uma redução de R$0,30 por litro da gasolina, mas o corte de R$0,40 junto das reduções do diesel e o GLP que foram recentemente anunciados causaram uma revisão de última hora. A expectativa atual é de um IPCA de 5,8% no final do ano. 

Hirakawa também ressaltou que a projeção para o IPCA no Boletim Focus atualmente consta como 6,03% e que o anúncio provavelmente traria a mediana para um número mais condizente com o previsto pela AZ Quest. 


Relatório Focus do mês, com previsão pro ano (Reprodução/BCB)


Quanto a dinâmica da inflação de 12 meses, é previsto que também possa haver alguma alteração, visto que as projeções anteriores contavam com uma reaceleração da inflação no mês de maio, algo que não deve mais ocorrer. "Nós temos, portanto, uma janela de desinflação até junho, algo que pode ajudar a trazer notícias mais positivas sobre a inflação", afirmou. 

A economista-chefe da Alphatree Capital, Raone Costa, acredita que o anúncio deve provocar revisões, mas que a escala dependerá bastante de qual o corte que cada peça estava projetando. De acordo com ele, há chances de que ocorra um impacto de até 0,30% para o IPCA no ano. "Em curto prazo, para 2023, a expectativa da inflação deve cair. Mas é possível que suba em 2024", disse.

Contudo, o outro anúncio feito pela Petrobrás a respeito de uma mudança na política de preços, que irá abandonar a estratégia de paridade de preços de importação (PPI), é capaz de causar impactos negativos nas contas públicas, gerando inflação mais adiante, alertou Costa. Segundo ele, o governo optou por fazer política pública através da empresa.

Por outro lado, Claudia Moreno, economista do C6 Bank, calcula que a queda do preço da gasolina deve ter um impacto de 0,26% no IPCA deste ano. O corte nos preços do diesel, portanto, terá um impacto de somente 0,02% e a queda do GLP será de 12 pontos-base. Levando tudo em consideração, os novos preços representam 0,40 pontos porcentausi a menos no IPCA de 2023. 

Entretanto, isso não muda a projeção da inflação fechada de 2023 para o C6 Bank, de 6%. O motivo disso é que os cortes já estavam incoporados à estimativa. Mesmo o corte "surpresa" de preços do GLP, não esperado, dificilmente mudaria a projeção. 

Considerando apenas o anúncio dado na terça-feira, o C6 Bank poderia mudar sua estimativa para baixo, mas Claudia disse que ainda enxerga riscos de alta para a inflação, especialmente tendo em vista o retorno do PIS/Cofins sobre o preço da gasolina. "A MP vence em junho e o governo vai precisar decidir o que deve ser feito", acrescentou.

Ela também reforçou que caso essa volta de tributos seja integral, o impacto no IPCA seria de 0,35%. Ou seja, o impacto positivo do anúncio feito pela Petrobras seria praticamente anulado.

 

Foto destaque: Homem reabastecendo o tanque do carro (Reprodução/Shutterstock)

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