Na última semana o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma reunião com líderes de países da América do Sul em Brasília, e nela resolveu explicar novamente a vontade que o governo brasileiro tem de criar uma moeda considerada comum para a região.
De acordo com o governo federal o objetivo com esta nova ideia é fazer a criação de uma "unidade de referência comum" para o comércio entre países do mesmo bloco, com intuito claro de diminuir a "dependência do dólar”, que é chamado de moeda extrarregional. Esta proposta do presidente também quer estabelecer um tipo de moeda que sirva só para relações comerciais existentes entre os países para pagamento de itens importados e exportados em território sul-americano, desta forma diminuindo a importância do dólar.
A moeda até agora está sendo considerada um formato diferenciado da moeda única, uma moeda corrente que é usada para pagamentos pelo povo diariamente e não apenas para comércio entre os países.
Em relação a opiniões em geral dos especialistas sobre a ideia, eles acham o plano positivo e que possui um potencial com intuito de gerar ganhos na industrialização dos países sul-americanos e na famosa geração de empregos especializados, que costumam exigir uma formação técnica ou superior de seus empregados. De qualquer forma a ideia da proposta precisa de uma implementação complexa na questão técnica.
O presidente Lula se reuniu também com Nicolás Maduro na reunião sobre a proposta da moeda (Foto/Reprodução: G1/Epa)
Parando para analisar os detalhes característicos da moeda comum proposta pelo nosso governo, podemos dizer que ela funcionará só como uma "câmara de compensação", usada para as transações comerciais realizadas entre os países, caso seja implantada. Com isto, a moeda não seria emitida e também não seria útil no território nacional, pois não iria substituir e nem seria utilizada como o real é.
O consultor especializado em comércio internacional, Welber Barral, explicou sobre como o Brasil está fazendo o uso das moedas, "O Brasil tem tentado diminuir a força do dólar e usar essas moedas que a gente chama de 'escriturais', que não têm curso corrente [ou seja, não são usadas no cotidiano como moeda oficial]. Elas servem, principalmente, como sistemática de compensação [pagamento entre os países]", disse.
Os especialistas também disseram que um dos benefícios desta ideia é o possível fortalecimento da relação comercial na região. Isto pode fazer geração de ganhos na industrialização e também com que o potencial produtivo dos países sul-americanos melhore.
Foto destaque: Ilustração de moeda euro comum. Reprodução/Mais Retorno.